A grande palhaçada

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“A burrice no Brasil tem um passado glorioso e um futuro promissor”. (Roberto Campos).

Esse é um texto de humor negro, sutil, cheio de ironias e de fatos inacreditáveis. Ele se inicia com o “Cabaretier” ou aquele que anuncia o espetáculo, o mestre de pista, o apresentador:

- O “Gran Circo Brasil” apresenta, em “avant première”, o maior espetáculo cômico do ano: “O Evento Lula: O ato Democracia Inabalada”.

A comicidade da peça reside no fato de um sujeito semi-analfabeto que foi condenado a 12 anos de cadeia por corrupção, (em seguida descondenado por Ministros nomeados por ele para o STF), disputou eleições, venceu e se tornou presidente.

Quando o enredo da peça é apresentado a plateia gargalha, pois não acredita que isto tenha acontecido em nenhum país do mundo.

Mas as gargalhadas maiores são proferidas quando o “Carabatier” do circo mostra as fotos dos 39 ministros nomeados pelo apedeuta. A maioria tinha sido condenado na operação lava jato por roubalheira dos cofres públicos, outros posavam de bonzinho nas redes sociais e apareciam na TV condenando o governo anterior. Agora todos são Ministros honoráveis.

Gargalhadas maiores explodem quando começa a peça, pois o personagem principal, o “semi-analfa” que nunca leu um livro, afirma em alto e bom som:

- “Eu tenho orgulho de ser comunista!”.

O "IZVESTIA", jornal editado na Rússia, na cidade de Moscou, primeiro país a se tornar comunista no planeta terra, afirmou em matéria publicada no jornal Folha de S.Paulo, em 31 de outubro de 1997:

- "O comunismo matou 110 milhões de pessoas, o que representa dois terços do total de vítimas provocadas no século 20 por todos os regimes ditatoriais", afirmou o jornal. O diário russo, que publicou os dados em espaço dedicado ao 80º aniversário da Revolução Russa, baseou-se em pesquisas realizadas por cientistas independentes da Suécia e dos Estados Unidos.

A ex-União Soviética lidera a lista de países que fez mais vítimas. Segundo o jornal, foram mortas 62 milhões de pessoas entre 1917 e 1987. Em seguida está a China comunista, onde foram eliminadas 35 milhões entre 1949 e 1987.

O "Izvestia" cita outros países cujas ditaduras provocaram extermínios, como Camboja (2,2 milhões de vítimas), Vietnã do Norte e Coréia do Norte (1,6 milhões cada), ex-Iugoslávia (1 milhão), Etiópia (725 mil), Romênia (435 mil) e Moçambique (198 mil). A pesquisa aponta o soviético Joseph Stálin como o maior assassino: seu regime teria matado 42,6 milhões de pessoas”.

E o presidente do Brasil, solto pelo STF, repete em alto e bom som:

- “Eu tenho orgulho de ser comunista! Agora vou fazer um ato em defesa da democracia”!

O circo quase vai abaixo de tantas gargalhadas.

“Pode isso, Arnaldo?”

O comunismo é um regime que luta pela destruição da democracia. PT, PSOL, PCB e todos os demais partidos comunistas/ socialistas lutam para destruir a democracia e instalar a ditadura do proletariado. É da essência dessa ideologia.

O jornalista Dennis Prager, do site Mises, publicou um artigo intitulado:

“Por que o comunismo não é tão odiado quanto o nazismo, embora tenha matado muito mais?”

- ... “No total, os regimes comunistas assassinaram aproximadamente 110 milhões de pessoas de 1917 a 1987. Adicionalmente, os comunistas escravizaram a população de nações inteiras, como Rússia, Vietnã, China, Leste Europeu, Coréia do Norte, Cuba e boa parte da Ásia Central. Eles arruinaram as vidas de mais de um bilhão de pessoas.

Sendo assim, de novo, por que o comunismo não tem a mesma reputação horrenda do nazismo?

São estes os motivos:

1º Motivo: Há uma ignorância avassaladora sobre o histórico do comunismo.  E dado que a esquerda domina o ambiente acadêmico, praticamente ninguém leciona sobre a história maléfica do comunismo.
2º Motivo: Os comunistas, para esconder seus crimes, condenam os fascistas e os nazistas. E falam o tempo todo sobre o Holocausto, sobre a maldade pura, sobre perseguição e o envio de homens, mulheres, crianças e bebês - para campos de concentração e trabalho forçado, onde em seguida eram assassinados. Os comunistas jamais falam sobre as perversidades que cometeram.
3º Motivo: O comunismo se baseia em teorias igualitárias que soam bonitas e humanistas para os mais ingênuos. O nazismo, não. O nazismo se baseia explicitamente em teorias atrozes. Intelectuais - inclusive, é claro, os intelectuais de esquerda que escrevem a história, raramente dão às apavorantes ações do comunismo a mesma atenção que dão às horrendas ações do nazismo.

Nas raras vezes em que reconhecem as atrocidades dos comunistas, eles as ignoram dizendo que foram perversões do "verdadeiro comunismo", o qual teria sido "deturpado".

4º Motivo: Os alemães assumiram a responsabilidade pelo nazismo, expuseram completamente suas atrocidades, e tentaram reparar seus erros. Já os russos nunca fizeram nada similar em relação aos horrores perpetrados por Lênin e Stálin.
5º Motivo: Os comunistas assassinaram majoritariamente seu próprio povo. Já os nazistas mataram relativamente poucos alemães.

A "opinião mundial" - esse termo amoral e praticamente sem significado - considera que assassinatos de membros pertencentes a um mesmo grupo são bem menos dignos de atenção do que o assassinato de quem está de fora. É por isso que, por exemplo, negros chacinando milhões de compatriotas negros na África não obtém praticamente nenhuma atenção da "opinião mundial".

6º Motivo: Na visão da esquerda, a última "guerra justa" foi a Segunda Guerra Mundial, a guerra contra o nazismo alemão e o fascismo italiano e japonês.

A esquerda não considera que guerras contra regimes comunistas sejam "guerras justas". Por exemplo, a guerra americana contra o comunismo vietnamita é considerada imoral. Já a guerra contra o comunismo coreano - e seus apoiadores comunistas chineses - é simplesmente ignorada.

Em respeito às vítimas do comunismo, devemos estudar, aprender e divulgar tudo o que elas sofreram sob este regime”.

O “Carabatier” agora chama para o centro do picadeiro o “Aiatolá Moraes”, segundo seus acólitos, o homem das leis divinas, conhecido no meio povo como “O-Cabeça-Pelada-que-se-acha-dono-do Brasil”. Solenemente o “Aiatolá-da-Terra-dos-Papagaios” discursa e sua arenga é divulgada por todos os jornais, revistas, rádios, tvs, como uma verdade absoluta. Sua palavra não admite dúvidas, assim como ele empurra garganta abaixo do povo brasileiro as urna eletrônicas sem comprovantes, motivo de chacota até do ditador Maduro da Venezuela, o discurso é divino e não pode ser contestado, vem do alto e está eivado de verdades absolutas. Ele prega como o profeta e afirma que:

- “Eram três planos. O primeiro previa que as Forças Especiais (do Exército) me prenderiam em um domingo e me levariam para Goiânia. No segundo, se livrariam do corpo no meio do caminho para Goiânia. Aí, não seria propriamente uma prisão, mas um homicídio. E o terceiro, de uns mais exaltados, defendia que, após o golpe, eu deveria ser preso e enforcado na Praça dos Três Poderes. Para sentir o nível de agressividade e ódio dessas pessoas, que não sabem diferenciar a pessoa física da instituição”.

Vítima. Sim, o “Aiatolá-da-Terra-dos-Papagaios” é uma vítima dos planos diabólicos de brasileiros malvados, perversos, terroristas que “tacaram” pedras nos vidros dos prédios sagrados que foram construídos com o dinheiro e o suor, não de Moraes e nem de seus acólitos, mas do povo que é explorado. E o povo irado se achou no direito de destruir aquilo que tinha construído.

Ele, o mais amado entre todos os Ministros. Ele, o Divino. Ele, o justo. O Jurista majestoso! Seria pendurado e enforcado, assim como foi “il Duce” na Itália.

O amado “Duce”, o chefe, o comandante, o guia. Benito Mussolini, “il Duce”, o ditador fascista italiano, foi executado em 28 de abril de 1945.  Ele tentou escapar pela fronteira com a Suíça, mas foi capturado junto com sua amante Claretta Petacci, e foram executados a tiros na tarde seguinte, dois dias antes do suicídio de Hitler.

Os corpos de Mussolini e Petacci foram levados para Milão onde ficaram expostos em na praça “Piazzale Loreto”, e o povo que o “Duce”, “o Guia da nação”, que era amado e adorado, que acolhia com a alma cheia de júbilo seus atos ditatoriais, correu para a praça quando soube de sua morte, uma multidão enfurecida que gritava insultos e atirava objetos nos corpos, que ficaram pendurados de cabeça para baixo em uma viga de metal. O povo italiano demonstrava todo amor e carinho que sentia pelo “il Duce”.

Assim também seria o fim de Moraes, segundo ele, morto e exposto em praça pública. A verdade é que Moraes tem a cabeça pelada igual Mussolini. A fisionomia de Moraes está cada vez mais parecida com a fisionomia de Mussolini. Os atos de Moraes são tão ditatoriais quanto os de Mussolini. Falta alguma coisa?

Grita o “Carabatier”:

- “Parece que Moraes tem sonhos eróticos com Mussolini”!!!

E o circo cai em uma estrondosa gargalhada que dura vários minutos!

Continua o “Carabatier”: - Se o Ministro quer saber mesmo o que o povo pensa a respeito dele, deveria ir aos mercados, feiras, a uma fila de padaria de manhã cedo, a um açougue... Mas o Ministro e o Presidente que ele e os seus coleguinhas do STF soltaram não podem andar na rua, não podem ir aos mercados e nem a padaria. Há algo de muito estranho nisso tudo, pois os dois juram de pés juntos que são os mais amados do Brasil. Assim como era “il Dulce”!!

E o circo explode mais uma vez em gargalhadas.

Entra em cena Deltan Dallagnol e em voz alta afirma que as declarações do ministro Alexandre de Moraes, do STF, dadas em entrevista ao jornal O Globo, não apresenta qualquer prova de que havia planos para prendê-lo e assassiná-lo em 8 de janeiro de 2023 e pergunta na rede social X, antigo Twitter:

 - “Quem planejou matar o ministro e quais são as provas desse plano?”
- “Essas pessoas já foram denunciadas pela PGR e condenadas nos julgamentos do 8 de janeiro? Por que não soubemos dessas pessoas até agora?”
– “Se o ministro era a vítima desses crimes, ele não deveria se declarar suspeito de julgar quem queria matá-lo”?
- “Essas novas informações não colocam o ministro sob suspeição para julgar todos os réus do 8 de janeiro, já que segundo entendimento do próprio STF, todos estavam ali em turba com um único objetivo, de dar um golpe”?
– “Como o ministro responde as críticas de que os réus do 8 de janeiro estão sofrendo abusos judiciais, como violação do juiz natural, ausência de conexão com pessoas com foro privilegiado, prisões preventivas alongadas, ausência de provas e de individualização de condutas e penas exageradas”?

Revoltados com tanta palhaçada, 30 senadores do Brasil, criaram coragem e resolveram fazer um manifesto contra a truanice do Presidente da República. Destaco algumas partes: Em defesa da democracia e da Constituição:

- “A constatação de falhas por parte do governo federal para conter esses atos é preocupante e levanta sérias questões sobre a eficácia das medidas tomadas, ... “Desde 2019, a Procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, defendeu a nulidade do inquérito 4.781 e de seus “filhotes”, pois violam princípios constitucionais da separação de Poderes e do juiz natural, já que estabelece a situação inusitada de o STF ser vítima, investigador e julgador.

.... Além disso, há argumentos sólidos acerca da possibilidade de violação de direitos constitucionais, como o direito de defesa e o princípio do contraditório. Assinam a manifestação os Senadores:

Rogério Marinho (PL-RN), líder da Oposição no Senado; Ciro Nogueira (PP-PI), líder da Minoria no Senado; Flávio Bolsonaro (PL-RJ), líder da Minoria no Congresso; Carlos Portinho (PL-RJ), líder do PL no Senado; Tereza Cristina (PP-MS), líder do PP no Senado; Mecias de Jesus (Republicanos-RR), líder do Republicanos no Senado; Izalci Lucas (PSDB-DF), líder do PSDB no Senado; Eduardo Girão (Novo-CE) líder do Novo no Senado; Alan Rick (União-AC); Cleitinho (Republicanos-MG); Damares Alves (Republicanos-DF); Dr. Hiran (PP-RR); Eduardo Gomes (PL-TO); Esperidião Amin (PP-SC); Hamilton Mourão (Republicanos-RS); Jaime Bagattoli (PL-RO); Jayme Campos (União-MT); Jorge Seif (PL-SC); Luiz Carlos Heinze (PP-RS); Magno Malta (PL-ES); Márcio Bittar (União-AC); Marcos do Val (Podemos-ES); Marcos Pontes (PL-SP); Marcos Rogério (PL-RO); Nelsinho Trad (PSD-MS); Plínio Valério (PSDB-AM); Sérgio Moro (União-PR); Styvenson Valentim (Podemos-RN); Wellington Fagundes (PL-MT); e Zequinha Marinho (Podemos-PA).

E para fechar a palhaçada, o site o Antagonista neste 05/01/24, perguntou ao ChatGPT, ferramenta de inteligência artificial da OpenAI, se um ministro do Superior Tribunal de Justiça poderia julgar alguém que atentasse contra a vida dele, como ocorreu com o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Eis o que o ChatGPT respondeu:

“No Brasil, se alguém comete um crime contra um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o caso normalmente seria julgado pelo próprio STF. No entanto, o ministro vítima do crime seria impedido de julgar o caso, por ser parte diretamente envolvida. Nesse cenário, o caso seria julgado pelos outros ministros do STF, assegurando a imparcialidade do julgamento. A Constituição e as leis brasileiras estabelecem procedimentos claros para garantir que todos os julgamentos sejam justos e imparciais, mesmo em situações onde um membro do próprio tribunal é parte interessada.
Se um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil agir de maneira contrária à Constituição, como julgar um caso no qual é parte interessada, ele pode estar sujeito a um processo de impeachment. O processo de impeachment de um ministro do STF é regulamentado pela Lei 1.079/1950 e pela Constituição Brasileira.”

Questionado se o ministro, ao contrariar a Constituição e julgar o caso, seria passível de processo de impeachment, o ChatGPT respondeu:

- “Sim, se um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil agir de maneira contrária à Constituição, como julgar um caso no qual é parte interessada, ele pode estar sujeito a um processo de impeachment”.

E o “Carabatier” finaliza:

- São crimes e Moraes continua cometendo crimes contra os cidadãos brasileiros. Todos os Ministros que apoiaram Moraes sabiam que ele estava cometendo crimes e o apoiaram nestes crimes. Também cometeram crimes.

Moraes e todos os Ministros que o apoiaram devem sofrer processos de impeachment. Essa é a lei. E agora a lei aponta o dedo para Moraes e seus pares. Se o Senado do Brasil não abrir processo de impeachment contra os Ministros do STF, que é regulamentado pela Lei 1.079/1950 e pela Constituição brasileira, os Senadores também estarão cometendo crimes”.

Uh!LáLá, o circo veio abaixo! Os cidadãos invadiram o circo!

Fim da comédia-tragédia brasileira.

Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)

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