Moraes está correto: Não há o que comemorar no dia 8 de janeiro

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O ministro do STF, Alexandre de Moraes, afirmou em recente entrevista que quem comemorar a "tentativa de golpe" ocorrida em 8 de janeiro de 2023 poderia ser preso.

Vossa excelência esta correta, não há o que comemorar.

Primeiro porque não houve tentativa de golpe.

Segundo porque esta data entrará para história como a mais sombria das noites em nosso país.

Dia 8 de janeiro de 2023 ocorreu a ação mais pérfida de nossa história.

O que era uma manifestação pacífica tornou-se inexplicavelmente uma manifestação violenta na tarde do dia 8 de janeiro na praça dos três poderes.

Existem ainda suspeitas de pessoas infiltradas terem praticado as invasões e os danos. Deveriam ser mais investigados.

Após todo o ocorrido, à noite iniciou-se um cerco aos acampados em frente ao comando do exército. Este cerco pérfido foi confirmado pelo próprio executor, General Dutra, então Comandante Militar do Planalto, em depoimento à CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Importante registrar que tais atos de violência contra prédios públicos na praça dos três poderes, já houvera ocorrido em outras datas recentes com igual ou maior violência perpetrados por militantes de esquerda. Todavia sem nenhuma manifestação ou ação do poder público, ou ainda "de ofício" do poder judiciário.

Embora os atos de depredação dos prédios públicos não tenham sido totalmente esclarecidos (ao contrário o proprio poder público dificultou as investigações omitindo ou deletando imagens), os responsáveis deveriam ser punidos na forma da lei. Por danos ao patrimônio.

Jamais por tentativa de golpe.

Como afirmou está semana o jurista Ives Gandra Martins em seu instagram:

“Nunca houve na história do mundo um golpe de Estado sem armas, um golpe de Estado sem Forças Armadas”.
– (…) Quando eu examino o que ocorreu no dia 8 de janeiro, eu fico espantado quando se fala numa tentativa de golpe de Estado. Foi um momento de manifestação política, absolutamente sem razão, um grupo que terminou, não sabe se houve ou não infiltrados, porque não se conheceu os vídeos, mas que terminou numa quebradeira que, absolutamente, não se justifica, como não se justificou a quebradeira na Câmara dos Deputados quando era presidente o Michel Temer, feito pelo pessoal da esquerda, porque não é assim que se faz política. Mas de qualquer forma, a única coisa que seria rigorosamente impossível seria um golpe de Estado".

Na referida noite mais sombria iniciou-se a prática da perfídia, que nem em guerra é permitida (Convenções de Genebra), perpetrada por diversas instituições da República contra um grupo de pessoas desarmadas, que acreditavam estar sob a proteção do exército. E culminou, na manhã seguinte, com a prisão coletiva (e pérfida) de mais de 1500 cidadãos brasileiros, entre idosos, mulheres e crianças.

Prisão coletiva foi uma ação característica do nazismo alemão contra os judeus.

Não há o que comemorar!

Apenas para registro, existe nesse momento uma convocação feita pelo presidente da República para "comemorar" tal data, com participação dos demais poderes da República e governadores dos estados.

Passado um ano dessa triste data, diversas pessoas foram condenadas a penas absurdas (+ de 17 anos de reclusão),  penas maiores inclusive que praticadas contra homicidas, latrocidas, estupradores e traficantes de drogas.

Ainda existem pessoas presas sem sequer serem julgadas.

Há ainda a morte em cárcere de Cleriston Pereira da Cunha, preso injustamente no dia 8 de janeiro.

O povo brasileiro jamais comemorará o dia 8 de janeiro, todavia, jamais o esquecerá.

Será lembrado como o dia da PERFÍDIA.

Foto de Henrique Alves da Rocha

Henrique Alves da Rocha

Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe.

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