Jornalista da Globo sai em desesperada defesa de Lewandowski contra Moro, mas Deltan o coloca em seu devido lugar (veja o vídeo)

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Ante a confirmação de que Ricardo Lewandowski será ministro da Justiça de Lula, o senador Sérgio Moro não perdeu a oportunidade de ir à forra e dar uma verdadeira lição de moral no ex-ministro do Supremo Tribunal Federal.

Moro postou apenas uma frase na rede social X:

“Fica então entendido que aceitar cargo em ministério não é e nunca deveria ter sido causa de suspeição”.

Octavio Guedes, da Rede Globo, saiu em desesperada defesa do ex-ministro do STF.

Veja o vídeo:

Coube ao ex-procurador Deltan Dallagnol colocar o jornalista militante em seu devido lugar.

Leia o texto de Deltan:

“Além da passada de pano, o comentário do jornalista tem erros factuais básicos que desmentem o que ele tenta provar. Vamos lá: 
- Moro era juiz concursado, com 22 anos de magistratura, sem qualquer relação política, pessoal ou profissional com Bolsonaro; 
- Ao contrário de Moro, Lewandowski foi uma indicação política direta de Lula ao STF em 2006, justamente em razão das boas relações pessoais entre eles. Isso depõe contra Lewandowski e a favor de Moro, ao contrário do que quer dar a entender o jornalista; 
- A primeira condenação de Lula foi confirmada pelo TRF4, que aumentou a pena, e também depois pelo STJ. Juridicamente, depois que o caso sobe para a 2ª instância, o juízo da condenação passa a ser o TRF4 e o caso sai da alçada de Moro; 
- Lula só foi preso porque a maioria do STF, que o jornalista convenientemente omite de sua análise, negou um habeas corpus preventivo solicitado pela defesa de Lula. Posteriormente, o TRF4 deu a ordem de prisão, que foi encaminhada a Moro apenas para execução; 
- O argumento de que Moro era parcial por ter aceitado o convite de Bolsonaro para o MJ foi, sim, um dos principais para a suspeição, embora os ministros tenham citado outros elementos; 
- O jornalista erra factualmente ao dizer que "Moro divulgou o áudio que impediu o Lula de virar chefe de gabinete de Dilma" - na verdade, a intenção de Dilma era que Lula se tornasse ministro-chefe da Casa Civil; 
- Moro não divulgou áudio: foi baixado o sigilo de processo em que solicitadas medidas cautelares porque as medidas já haviam sido executadas. Como o processo é público, qualquer um, inclusive a imprensa, pôde consultar o processo e verificar as gravações captadas pela interceptação telefônica; 
- O jornalista dá a entender que Moro impediu Lula de se tornar ministro de Dilma, mas omite de sua análise que foi o ministro Gilmar Mendes, do STF, que deu uma decisão proibindo a posse de Lula como ministro-chefe da Casa Civil; 
Por fim, o jornalista diz que o Moro anexou a delação do Palocci dias antes do primeiro turno e que ele tomou a decisão que impediu Lula de se candidatar, dando a entender que isso teria beneficiado Bolsonaro ou sido feito em benefício de Bolsonaro. 
O jornalista, novamente, omite vários fatos de sua análise:
-  omite que Moro deu a primeira sentença que condenou Lula em março de 2017, 15 meses antes do início do processo eleitoral presidencial de 2018. Bolsonaro sequer era um candidato viável ou cogitado com seriedade pela imprensa e sociedade naquele momento; 
- omite que no primeiro turno das eleições de 2018 havia 13 candidatos oficiais, de modo que se for verdade a sua tese, as decisões de Moro não beneficiaram apenas Bolsonaro, mas todos os demais candidatos. Isso elimina a relação de causa e efeito que o jornalista tenta provar entre as decisões de Moro e a eleição de Bolsonaro, a qual desconsidera todos os demais fatores complexos de uma campanha eleitoral;
- novamente, diz que a decisão que impediu Lula de se candidatar foi de Moro, mas já vimos que o juízo da condenação era o TRF4 e quem autorizou a prisão de Lula foi o STF, ao negar habeas corpus preventivo pedido pela defesa de Lula. 
Conclusão: a comparação entre as situações de Moro e Lewandowski é mais do que adequada.
O caso de Lewandowski, na verdade, é ainda pior, já que nos 17 anos em que esteve no STF, Lewandowski deu sucessivas decisões que beneficiaram Lula e o PT, desde o Mensalão até à Lava Jato, possibilitando a anulação das condenações de Lula e das provas contra ele, reabilitando seus direitos políticos e abrindo o caminho para sua nova candidatura.
Negar isso apenas expõe a hipocrisia de quem atacou e criticou a Lava Jato por anos não por seus erros, mas por seus acertos, e hoje trata com normalidade, sem senso crítico e constrangimentos situações que, em qualquer outro governo que não o de Lula, seriam vistas como absurdas e escandalosas.”

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