Dilma desafia oposição e diz que não vai cair

Ler na área do assinante

Em entrevista concedida ontem, um dia após a previsão de FHC e demais líderes tucanos com relação ao fim prematuro de seu governo, a presidente Dilma Roussef desafiou os opositores a tentar tirá-la da cadeira e a provar que ela algum dia "pegou um tostão" de dinheiro sujo.

Dilma descartou a hipótese de renúncia e comentou o boato disseminado na internet, e prontamente desmentido por ela, de que havia tentado se matar. "Eu não quis me suicidar na hora que eles estavam querendo me matar lá [na cadeia, durante a ditadura militar], a troco de que eu quero me suicidar agora?"

Sobre sua eventual queda, Dilma foi enfática e repetitiva: "Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso aí é moleza, é luta política".

"Não tem base para eu cair, e venha tentar. Se tem uma coisa que não tenho medo é disso", afirmou a presidente, acusando setores da oposição de serem "um tanto golpistas".

"Foi cem mil vezes pior ser presa e torturada. Vivemos numa democracia. Não dá para achar que isso aqui seja uma tortura. Não é. É uma luta para construir um país."

Sobre a crise e uma eventual renúncia, Dilma foi taxativa: "Se tivesse culpa no cartório, me sentiria muito mal. Eu não tenho nenhuma. Nem do ponto de vista moral, nem do ponto de vista político".

Não obstante a postura da presidente, tentando demonstrar coragem e segurança, a situação é extremamente complicada. O PMDB continua fazendo jogo duplo e ninguém tem dúvidas de que, como sempre, vai nadar conforme a maré, tanto é verdade que Michel Temer tem constantemente ameaçado deixar a coordenação política do governo. Dilma sabe bem que não pode confiar no seu vice.

Por outro lado, o ministro José Eduardo Cardoso, um dos mais ardorosos e eficientes defensores da presidente, por pouco não entregou os pontos e o cargo nos últimos dias.

São situações que demonstram o quanto o governo está fragilizado e com escasso poder de reação.

Por outro lado, nesta terça (7), Dilma viaja novamente, vai para a Rússia e depois para a Itália. Sai e deixa a porta aberta, quase escancarada, e os adversários estão bem próximos do palácio, prontos para entrar...

Edmundo Zanatta

A entrevista mencionada foi concedida ao jornal Folha de São Paulo

Se você é a favor de uma imprensa totalmente livre, colabore curtindo a nossa página no Facebook e visitando com frequência o site do Jornal da Cidade Online. 

                    https://www.facebook.com/jornaldacidadeonline

da Redação Ler comentários e comentar