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A lei da selva agindo nas potências nucleares

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Esse ‘exibicionismo’ (no sentido figurado) que os poucos países que dominam a tecnologia de fabricação de armas nucleares, ou seja, das bombas atômicas e de hidrogênio, estão protagonizando ao mostrarem ao mundo por todos os meios de comunicação de massa disponíveis os seus frequentes ‘testes nucleares’ bem sucedidos, com o fim de amedrontar os potenciais inimigos, preventivamente a uma possível guerra nuclear, sem dúvida tem paralelo no reino  animal. Essa atitude irracional demonstra por si só que o ser humano não se distingue tanto quanto pensa dos outros animais. Talvez a principal diferença entre essas ‘espécies’  esteja em que os ‘outros’ animais não têm o poder de destruição que o homem tem à mão, capaz de extinguir a vida no Planeta Terra, ou no mínimo, grande parte dela.

Observando-se a vida animal de todas as espécies no Planeta Terra e a disputa acirrada por seus espaços territoriais, muitos deles usam artifícios para representarem aos ‘inimigos’, aos ‘concorrentes’, serem eles  os  mais fortes ,ou maiores, com isso tentando intimidá-los para vencerem a disputa na ‘marra’, antes de começar. Às vezes essa tática funciona, em outras não. Se a intimidação não funcionar, e deflagrado conflito, geralmente vence o mais capacitado, mesmo que em detrimento das ‘aparências’ preliminares e enganosas. O disfarce é outra estratégia, inclusive na mudança de cores do animal, conforme o ambiente ou o ‘inimigo’ com o qual se depara, como magistralmente faz o camaleão, por exemplo.

O perigo do possível conflito nuclear que hoje ameaça o mundo, capaz de no mínimo extinguir grande parte da vida no Planeta , está em que os artefatos nucleares mais modernos são tão potentes que as bombas atômicas lançadas pelos americanos no Japão, ainda durante o ‘jardim da infância’ das armas nucleares, ao final da Segunda Guerra Mundial, em 1945,e que destruíram quase totalmente Nagazaki e  Hiroshima, matando  diretamente cerca de 180 mil japoneses, podem ser consideradas ‘traques’ de festejos juninos, se comparados com a capacidade de destruição  dos modernos armamentos disponíveis nas potências nucleares.

O que se pode ter como certo é que já nas primeiras horas do início de uma possível Terceira Guerra Mundial, milhões de pessoas já teriam sido exterminadas pelos efeitos das bombas, sendo quase impossível haver o tempo necessário para discutir e celebrar um acordo de paz. E as bombas não seriam lançadas sobre os desertos, com certeza. Como celebrar e qual seria a lógica de um acordo de paz sobre ‘só cinzas’? Quando tudo já estivesse destruído? Como poderiam continuar a vida num planeta destruído por armas nucleares os raros e privilegiados seres humanos que ainda conseguiram espaço nos abrigos próprios para se protegerem do primeiro impacto das bombas?

Mas a ironia de toda essa dramática situação está em que os políticos brasileiros parecem estar completamente alienados do perigo que também corre o Brasil de sofrer todos os efeitos devastadores de uma guerra nuclear, físicos e econômicos. Mais parece que ‘eles’ estão preocupados tão somente com suas ‘sobrevivências’ políticas. E infelizmente arrastam o povo para que também se dedique com prioridade a esse tema, que só a ‘eles’ interessa, e que no tempo vivido deveria ser absolutamente secundário.

Sérgio Alves de Oliveira

Advogado e Sociólogo

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