Associação é acusada de comprar dados do INSS para dar golpe em aposentados

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Em São Paulo, um desentendimento interno na associação que registrou um dos maiores aumentos de arrecadação com contribuições de aposentadorias no último ano revelou uma suposta prática de compra de informações do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A finalidade seria inscrever aposentados sem o seu consentimento, realizando cobranças mensais diretamente na folha de pagamento dos beneficiários.

A Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), com um faturamento mensal de R$ 30 milhões oriundos dessas contribuições, é acusada por uma empresa associada de atuar em conluio com um grupo de seguradoras para fraudar aposentados.

Em 2021, a Ambec foi autorizada pelo INSS a efetuar o "desconto de mensalidade associativa" de R$ 45 nas aposentadorias, sob um acordo de "cooperação técnica". Tal acordo era supostamente em troca de serviços de assistência aos aposentados.

A associação, que contava com 38 mil membros e um faturamento de R$ 1,8 milhão mensais em janeiro de 2023, viu seus números saltarem para 650 mil aposentados e uma receita de R$ 30 milhões um ano depois — um aumento de 1.500%. A Ambec enfrenta 4,7 mil processos judiciais e diversas condenações por realizar filiações sem a permissão dos segurados.

Este esquema faz parte de uma operação maior, envolvendo 29 entidades habilitadas pelo INSS, que juntas faturaram mais de R$ 2 bilhões com esses descontos em um ano, acumulando mais de 60 mil ações judiciais.

Carlos Lupi (PDT), ministro da Previdência, declarou que o governo está tomando medidas severas para interromper esses "abusos" e "fraudes" relacionados aos descontos diretos nos pagamentos dos aposentados por entidades parceiras do INSS.

A Ambec está associada ao Grupo Total Health, sob a gestão de Maurício Camisotti, conhecido por suas conexões com lobistas e políticos do Centrão.

Recentemente, a Acttus, empresa anteriormente responsável pela gestão financeira da Ambec, iniciou ações extrajudiciais contra a liderança da Total Health, acusando Camisotti de usar a Ambec para cometer fraudes.

Baseando-se em evidências internas da Total Health e da Ambec, incluindo e-mails e mensagens de WhatsApp, as acusações sugerem a venda ilegal de dados de aposentados pelo "careca do INSS", para facilitar as filiações não autorizadas pela Ambec.

Embora a Ambec e Maurício Camisotti não tenham respondido aos pedidos de comentário, a defesa destaca que as operações eram destinadas a promover a filiação fraudulenta e a venda de planos de benefícios sem o consentimento dos aposentados.

Sediada em uma área comercial de Vila Olímpia, São Paulo, a Ambec tinha como presidente Maria Inês Batista de Almeida, descrita como uma figura representativa sem poder de decisão efetiva.

O INSS, ao ser questionado sobre os descontos indevidos e o crescimento das parcerias e reclamações, não forneceu respostas específicas. Em nota anterior, o instituto apenas mencionou a existência de acordos de cooperação técnica para descontos associativos, enfatizando que os beneficiários podem contestar cobranças indevidas diretamente com as entidades ou por meio dos canais oficiais do INSS.

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