Jornalista português relata momentos de terror que passou ao ser tratado como "criminoso" pela PF

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O jornalista português Sérgio Miguel de Gomes Tavares afirmou à Comissão de Segurança Pública (CSP) nesta terça-feira (23) que foi tratado pela Polícia Federal (PF) como “criminoso”. Ele definiu como arbitrária sua retenção no aeroporto de Guarulhos (SP) em 25 de fevereiro.

Sérgio Tavares desembarcava em Guarulhos para cobrir as manifestações de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, quando foi retido por longo período pela PF para prestar informações. Na ocasião, a alegação da PF foi de que ele não apresentou visto de trabalho. A ação teria feito com que desistisse de viajar, depois, para Brasília, onde participaria de uma audiência pública no Senado.

Em seu requerimento de audiência pública, (REQ 17/2024 — CSP), o senador Eduardo Girão (Novo-CE) argumenta que Tavares foi retido “sem nenhuma justificativa plausível” e questionado pelos policiais sobre opiniões ideológicas, o que, em seu entender, assemelha-se a uma violação de direitos constitucionais. Girão cobrou investigação rigorosa sobre o “possível aparelhamento político-ideológico” da PF e acrescentou que a oitiva de Rodrigo de Melo Teixeira, representante da instituição, na CSP, em 19 de março, não foi esclarecedora sobre os motivos da retenção de Tavares.

"O Brasil está assistindo a esta sessão com muita expectativa, buscando entender o que está acontecendo com nossa democracia, quando um estrangeiro, um jornalista português, é detido por cerca de quatro horas com perguntas nada republicanas", opinou Girão na abertura da audiência.

'Terrorismo psicológico'

Sérgio Tavares lembrou os numerosos pedidos de desculpas que recebeu de brasileiros que se solidarizaram com a situação pela qual passou. Em sua avaliação, mais que uma vergonha, o tratamento de “criminoso” constitui um incidente diplomático que o governo português da época teria se esforçado em abafar e imprime uma ideia do “terrorismo psicológico” praticado contra a direita política no Brasil:

"Esse episódio foi uma clara violação dos meus direitos como cidadão livre."

Tavares acrescentou que foi o único cidadão português de seu voo a ser retido na chegada em Guarulhos. Nas horas em que passou nas dependências da PF, em nenhum momento foram feitas as questões habituais para efeitos de imigração, como a eventual exigência de visto de trabalho. Ele sublinhou que seu nome já estava incluído em lista de alertas mantida pela PF, conforme Rodrigo de Melo Teixeira declarou à CSP.

"Como é que é possível uma instituição tão valorosa (…) emite um comunicado falso em 25 de fevereiro? Tenho que bater nesta tecla. Não podemos esquecer: foi falso. Não me perguntaram nada sobre o visto. Mentiram nesse dia 25."

Ao comentar a exposição de Tavares, Girão também lembrou as palavras de Rodrigo Teixeira, que citou 143 mil pessoas “sob alerta” migratório.

"Será que quem está nos ouvindo agora está nessa lista e não sabe, está sendo monitorado nas redes sociais? Será que é por isso que querem PL da Censura?"

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) avaliou que vem de longe a perseguição de brasileiros por suas ideias e manifestou sua opinião de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes interferiu nas eleições de 2022. Rogério Marinho (PL-RN) sublinhou o incômodo dos “donos do poder” em todo o mundo com o poder das redes sociais. E Marcos Rogério (PL-RO) disse que ordens para exclusão de páginas na rede e perfis em redes sociais sem o devido processo legal viola o Marco Civil da Internet e cria “cidadãos de segunda classe”.

Um livro, lançado há alguns meses, mostra como iniciou a censura no Brasil e como Moraes se tornou o principal envolvido nesse processo. Trata-se do corajoso "Supremo Silêncio". O livro revela bastidores do inquérito que aterroriza o Brasil até os dias de hoje, os maiores escândalos e as perseguições absurdas. Caso queira conhecer essa obra, clique no link abaixo:

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Fonte: Agência Senado

da Redação Ler comentários e comentar