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Sem limites, Lula inicia estratégia para culpabilizar a finada Marisa

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Hoje ficamos sabendo que o Instituto Lula (fechado pela Justiça Federal por haver ‘indícios veementes’ de que crimes podem ter sido iniciados ou instigados na entidade) foi ideia da finada Marisa Letícia.

D. Marisa nunca me enganou.

Aquele jeitão de patroa, dona de casa, mãe de família, uma D. Nenê com mais botox, voltada para o marido e os filhos e preocupada, no máximo, com a macarronada de domingo, era cortina de fumaça.

O louro natural era camuflagem para uma estrategista empenhada em compartilhar experiências de políticas públicas de combate à fome e à pobreza com os países da África, promover a integração da América Latina e ajudar a fazer o resgate da história da luta pela democracia no Brasil.

Nisso, fez jus à tradição das mulheres da família Lula da Silva.

Foi de Dona Lindu, mãe do ex presidente, a ideia de comprar Pasadena e criar a refinaria de Abreu e Lima, aquela que deu um lucro negativo de vários bilhões à Petrobras.

No pau de arara em que vinha do sertão de Pernambuco com o filho no colo, Dona Lindu contemplou o semiárido e pontificou: ‘Êta lugarzim bão para um polo petroquímico em parceria com algum governo identificado com o socialismo do século 21!’

Dona Lindu podia ser analfabeta e desdentada, mas tinha tino. E o filho jamais esqueceu suas palavras.

Ele tampouco deixou cair no esquecimento o que lhe disse, ainda na lua de mel, sua primeira mulher, Maria de Lourdes. Quando Lula lhe perguntou ‘foi bom?’, ela respondeu que ele devia fazer uma parceria institucional com a Odebrecht, a OAS, a Camargo Correa e a UTC, usar do seu prestígio para alavancar negócios em Angola, investir em sondas de perfuração de pré-sal e dar palestras.

Infelizmente, nenhuma está viva para confirmar.

Pena mesmo.

Eduardo Affonso

Foto de Eduardo Affonso

Eduardo Affonso

É arquiteto no Rio de Janeiro.

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