O papel do Exército nas operações de resgate no RS

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Os três ou quatro primeiros dias dessa calamidade que tomou de assalto o Rio Grande do Sul foram marcados por uma tímida presença das Forças Armadas. 

Os empresários locais e do resto do Brasil foram os que tentaram, de alguma forma, assumir esse papel, pois não conseguiram cruzar os braços diante do caos.

Na verdade, não estão medindo esforços: alguns através de doações expressivas em dinheiro, outros disponibilizando até seus helicópteros particulares e viaturas adequadas ao resgate de sobreviventes.

É o caso do Luciano Hang, por exemplo.

Se toda a população brasileira está sensibilizada com esse desastre natural de proporções gigantes na região sul do país, imagine a população local.

O povo gaúcho está intensamente envolvido na sobrevivência e resgate das vítimas. De quentinhas a abrigos, está fazendo tudo o que podem.

Enquanto isso o Exército não empenhou força máxima nas operações de resgate e ainda realizou dezenas de gravações em vídeos, divulgando essas imagens pelo Brasil como se estivesse com a força total, presente em todas as cidades atingidas, procedendo a múltiplos resgates simultâneos. Uma mentira!

O pior é ver a grande mídia simplesmente ignorar a verdade dos fatos!

O Exército se justifica: as condições meteorológicas não permitem que determinadas operações sejam realizadas. 

Ora, essa é justamente uma operação de resgate de milhares de vidas brasileiras desse mesmo mal tempo. É como se num hipotético estado de guerra, as nossas Forças Armadas se negassem a combater uma invasão do exército inimigo no território gaúcho por causa do mal tempo.

O fato é que foram três ou quatro dias com a ajuda precária. Agora parece que eles estão dispostos a um empenho maior. 

Uma maldade!

O Exército tem toda a estrutura e ferramentas necessárias para uma operação rápida e segura.

Eles levantam pontes, possuem carros anfíbios, dezenas de helicópteros, equipes de rapel, de nadadores e tudo mais, especializados em resgate de pessoas nas mais diversas situações e enfrentando as maiores adversidades.

O povo quer ver essas imagens!

A frota de helicópteros rasgando o céu e a frota de carros anfíbios resgatando os sobreviventes.

Ao que parece, desde ontem os militares estão empenhando mais esforços e possivelmente a população local testemunhe cenas assim.

Os próprios prefeitos das cidades do interior do Estado denunciaram essa omissão.

Também, pudera...

O Rio Grande do Sul é mais desenvolvido. O nível de escolaridade é mais alto e o povo é mais esclarecido. Obviamente é um povo predominantemente de direita. Tanto é que Lula foi para lá e teve que ficar na Base Aérea de Santa Maria, onde pousou. É uma cidade do interior. Lula não saiu da Base Aérea. Foi ali que ele conseguiu se esconder, pois o povo não o tolera.

Essa omissão estatal, seja dos militares ou seja do Poder Executivo, seria em razão dessa inclinação política do povo gaúcho, como um ato de revanchismo ou de vingança?

Na última enchente que foi de proporções infinitamente menores, Lula prometeu disponibilizar 150 milhões de reais para a reconstrução das famílias vitimadas, mas na verdade, até o presente momento, não liberou um centavo sequer.

Ninguém quer ver o Lula prometendo nada dessa vez – o povo precisa de ajuda agora, imediatamente.

Mas a criatura parece que vem de outro mundo. No meio da calamidade ele vem brincar dizendo que torce para o Grêmio e para o Internacional, como que alheio às mortes e ao sofrimento de todos ali. O cidadão está em outra sintonia.

É como aqueles convidados que se esbaldaram no cercadinho da área vip do show da Madonna. Comeram e beberam na base da fartura. Alienados do que estava ocorrendo no Sul do Brasil. Não era problema deles. A essas pessoas falta “consciência”.

Essa foi a maior tragédia da história do Rio Grande do Sul. Lula só promete, mas não ajuda em nada. O Exército, por sua vez, foi muito lento para iniciar suas operações em terra, atuando timidamente. Chegou a ser cruel.

É importante que o Rio Grande do Sul saiba que conta com a solidariedade de todo o povo brasileiro. Estamos aflitos, tensos e preocupados com todo o ocorrido. Estamos em oração. O Brasil está com o povo gaúcho!

Foto de Carlos Fernando Maggiolo

Carlos Fernando Maggiolo

Advogado criminalista e professor de Direito Penal. Crítico político e de segurança pública. Presidente da Associação dos Motociclistas do Estado do Rio de Janeiro – AMO-RJ. 

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