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A parada institucional e o Brasil na UTI

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Acordo todos os dias lendo e ouvindo que o 'Brasil está na UTI'. A frase andava sumida: parece ter voltado depois que Joelvis & Jopresley, ou algo assim, combinaram com a banda podre do Ministério Público e um Ministro do ‘MSTF’ (a parte petista), como liquidar com dois bandidos não petistas - o braço fabiano da tesoura, o Abominável Aécio das Neves, e o parafuso que o liga com o braço revolucionário – Michel Temer.

Antes que algum astrólogo caçador de ursos, que algum historiador que diz que comunismo não existe mais, ou algum ex-funcionário de Gilmar Mendes na Revista VEJA comece a escrever barbaridades sobre Medicina e UTI, dou a mim mesmo o direito de iniciar estas linhas com uma analogia que pode me permitir, mais adiante, completar o raciocínio do leitor.

Pela expressão parada cardíaca, todo leigo, toda pessoa sem formação alguma em Medicina, entende que o ‘coração parou’ e que, portanto, a pessoa ‘morreu, está morta ou vai morrer’. Um médico formado compreende, com mais facilidade, que isso pode não ser exatamente assim. Ele sabe que pode restar no músculo cardíaco alguma atividade de contração que é, por si mesma, incapaz de bombear o sangue ‘para frente’ e gerar pressão arterial que mantenha a vida.

Vamos ao ponto que interessa: um leigo entende a parada cardíaca como um fenômeno isolado de todo resto; um médico chama de parada cardíaca o resultado de qualquer tipo de contração sem efeito algum capaz de manter a vida da pessoa. É o resultado final que não existe mais; não o coração que ficou completamente parado.

Pronto: termina aqui o parágrafo sobre Medicina. Vamos à Política – o Brasil encontra-se, afirmo eu, numa situação de Parada Institucional. Há um Presidente da República, existe um Congresso e um Supremo Tribunal Federal, mas deles já não sai, já não se gera mais coisa alguma – estão parados do ponto de vista funcional. Comportam-se como um coração batendo 300 vezes por minuto, sem tempo algum para se encher de sangue e, portanto, sem sangue algum para ser bombeado.

O resultado da situação de Parada Institucional é a gigantesca confusão, o atordoamento cognitivo, a hibernação emocional que se coloca para população. Cada vez mais as pessoas entendem menos sobre o que está acontecendo. Há, inclusive, aqueles que pensam, perigosamente, que nada está acontecendo – e está!

Temos o historiador que diz que comunismo não existe mais entrevistando um ex-capitão do exército preso em 1986 que vai ser candidato a presidente da República. Temos um desinformante profissional, colocado pelo PSDB e por Gilmar Mendes dentro da Revista VEJA, gravado pela Polícia Federal em ligação com uma bandida, irmã de um senador corrupto. Temos quase o início de uma pancadaria dentro do Senado Federal entre um grupo de psicopatas bolivarianos (que querem Diretas Já para fraudar urnas e colocar Lula no Poder) e uma espécie de ralé luterana do PMDB que não passa um dia sem falar em ‘reformas’.

Perguntam-me vocês todos, no fim de tudo isso, o que temos afinal? Temos, digo eu, uma confusão demoníaca em que já não se identificam mais inocentes e culpados, governo e oposição, bandidos e mocinhos...Uma situação em que nada mais anda, não se decide mais coisa alguma...em que tudo está parado. É a etapa que vem antes da ruptura completa do tecido social e daquilo que ainda resta de ordem política para evitar a morte institucional e o início da barbárie – é a Parada Institucional, é o Brasil na UTI como querem aqueles que todos os dias usam a tal expressão …

Expressão muito exata, mas também carregada de ironia para alguém que perdeu seu emprego como médico dentro de uma UTI controlada por corruptos, vagabundos, incompetentes e assediadores morais do PT e do PCdoB...e que sabia, em 2014, que tudo isso um dia, obrigatoriamente, teria que acontecer.

Milton Pires

da Redação Ler comentários e comentar