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Desvendando o desfecho da atual crise política

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A política brasileira segue mais os ensinamentos do príncipe de Tomasi de Lampedusa, do que de Maquiavel: ‘tudo deve mudar para que tudo fique como está’.

O regime político brasileiro é um ‘parlamentarismo disfarçado’ e não um presidencialismo de coalizão, como os acadêmicos acham, seguidos pela mídia.

O poder real da política brasileira está com o Congresso. Nenhum Presidente da República governa, se não tiver a anuência do Congresso. E se contrapor a ele, o (a) Presidente acaba derrubado (a).

Não existe a possibilidade de eleição direta.  A maioria dentro do Congresso não quer. E é esse Congresso que tem o poder de mudar a Constituição para estabelecer a eleição direta.

As facções que estão no poder hoje são a do PMDB, associada a do PSDB, com a cooptação de diversos partidos menores. Não pela composição dentro do Poder Executivo, mas por dominarem o Congresso Nacional.

Esse grupo dominante, tem Michel Temer como o seu representante na Presidência de República. Se ele cai, seja por renúncia, impugnação da sua diplomação, ou por impeachment, o Congresso irá eleger um sucessor do mesmo grupo.

Podem mudar nomes, mas todo jogo político continuará na mesma. Pode haver incerteza com relação ao nome, mas as coisas caminharão como dantes.

A política econômica seguirá em frente. Com maior ou menor velocidade. A Reforma Trabalhista será aprovada, logo ou mais adiante.

Já a reforma previdenciária poderá ser postergada por mais tempo. Mas não afetará o interesse estrangeiro em investir no Brasil. Que é oportunista e está aproveitando a crise para comprar ativos baratos.

Quem ficar esperando o desfecho da crise política só vai perder tempo. Não há incertezas.

Tudo vai mudar, para ficar tudo na mesma.

Jorge Hori

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Jorge Hori

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