Dória e Papa Francisco repercutem artigo sobre a Cracolândia publicado no Jornal da Cidade Online

O Papa classificou o Jornal da Cidade Online de 'pujante'

31/05/2017 às 11:42 Ler na área do assinante

O prefeito João Dória Júnior, de São Paulo e o Papa Francisco leram o artigo ‘A Cracolândia e a insensata guerra de liminares’, do jurista carioca Jorge Béja e publicado nesta terça-feira  (30) no Jornal da Cidade Online e ambos enviaram mensagens de congratulações ao autor do artigo.

Dória agradeceu ‘a colaboração e solidariedade’ de Béja a quem garantiu ‘não vamos recuar’. E o Papa considerou o artigo relevante, qualificou o Jornal da Cidade Online como ‘pujante’, disse que estava encaminhando a publicação para a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e que temia as consequências do uso da droga (‘una praga peligrosa’), hoje disseminada em todo o Ocidente, escreveu o pontífice.

No artigo publicado nesta terça-feira, o jurista defendeu a desnecessidade de prévia autorização judicial para que o Poder Público intervenha nas ‘cracolândias’.

Para Jorge Béja, se trata de prestação de socorro e a ação do prefeito João Dória de São Paulo é legítima, indispensável e tem fundamento na Constituição Federal e no Direito Natural da solidariedade humana. ‘Todos eles estão mentalmente enfermos, perderam a saúde e a capacidade civil, tornando-se verdadeiros interditos e o poder público precisa socorrê-los, como são socorridas as pessoas caídas nas ruas e estradas, vítimas de acidente de trânsito ou de outros crimes’ disse Béja no artigo que o prefeito Dória leu. E o jurista indaga: ‘se numa rua ou praça pública estão pessoas caídas no chão, baleadas, esfaqueadas, quando o socorro público chega os médicos e socorristas precisam perguntar às vítimas se querem ser socorridas e levadas para o hospital?. Os médicos também precisam estar munidos de ordem judicial para socorrê-los?’. Então, por que haverá necessidade de prévia ordem judicial para a prefeitura socorrer as vítimas das drogas que se agrupam nos logradouros públicos, a um passo da morte, todos moribundos e agonizantes?, arremata o jurista, que hoje está encaminhando ao prefeito João Dória um memorial jurídico para reforçar a fundamentação do recurso que a prefeitura de São Paulo vai dar entrada no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em Brasília contra a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que cassou a liminar da primeira instância  e que dava autorização à prefeitura paulista para intervir nos pontos de ‘cracolândia’ e levar o viciados para tratamento.

Jorge Béja e o Papa Francisco se conheceram no final da década de 1990, quando Béja, ao final de um evento internacional, se apresentou ao piano no Teatro Colon de Buenos Aires e o então arcebispo da capital argentina, Jorge Mário Bergóglio, foi vê-lo tocar. A partir de então, se tornaram amigos e se correspondem pela internet. Em março de 2013, logo após ter sido eleito chefe da Igreja Católica e assumir o papado com o nome Francisco, a primeira mensagem e-mail de felicitações que Francisco recebeu no Vaticano foi do jurista carioca e também a primeira mensagem de agradecimento que Francisco expediu do seu notebook foi para Béja, fato registrado pelo jornalista Ancelmo Góis em sua coluna do O Globo de 25.3.2013 e que foi matéria exibida pelo Fantástico no mês seguinte.

da Redação

Leia o artigo ‘A Cracolândia e a insensata guerra de liminares’.

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