Relatório da PF menciona doações e influência da Construtora Odebrecht também sobre o Judiciário
21/07/2015 às 09:21 Ler na área do assinanteO relatório da Polícia Federal que justificou nesta segunda-feira (20) o indiciamento do presidente do grupo Odebrecht, o empresário Marcelo Odebrecht, é didático no sentido de que o "príncipe" tentou atrapalhar o andamento das investigações antes de ser preso. Fato que se repetiu, mesmo após a sua prisão.
Em diversos telefones celulares utilizados por Marcelo Odebrecht, foram encontradas anotações, escritas através de siglas, citando autoridades públicas, doações de campanha, pagamentos diretos e influências junto à instituições, inclusive o Judiciário.
Os crimes citados no relatório são fraude em licitação, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, crime contra a ordem econômica e organização criminosa.
Em outro trecho do relatório a PF diz que, nas anotações, fica nítida ainda a preocupação de Marcelo em relação as subsidiárias da Petrobras.
"Chama a atenção também a preocupação de Marcelo em relação as Cias da Petrobras estarem sendo conduzidas por 'xiitas' e, nas palavras dele, com seguinte linha de pensamento: temos que encontrar 'culpado' caso contrário vamos ser acusados de 'incompetentes e/ou coniventes'"!
"Entretanto, diante da possibilidade de que as informações produzidas pelas Cias não fossem fidedignas seria de esperar um esclarecimento idôneo por parte da Odebrecht, ao contrário da negativa rasa ou a estratégia de 'cortina de fumaça' que tem sido aplicada a cada novo indício de ilicitude que surge em relação ao grupo Odebrecht", afirma a PF em outro trecho do relatório.
Os autos serão agora encaminhados para o Ministério Público que deverá oferecer denúncia. Uma vez denunciados, Odebrecht e os demais - Rogério Santos de Araújo, diretor da Odebrecht; Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, diretor da Odebrecht; Márcio Farias da Silva, diretor da Odebrecht; César Ramos Rocha, diretor da Odebrecht; Celso Araripe de Oliveira, funcionário da Petrobras; Eduardo de Oliveira Freitas Filho, sócio-gerente da empresa Freitas Filho Construções Limitada; e João Antônio Bernardi Filho, ex-funcionário da Odebrecht - passarão a ser processados na condição de réus.
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