A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) criticou duramente o Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (15), após ter sido condenada por unanimidade, ao lado do hacker Walter Delgatti, pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Em coletiva de imprensa, Zambelli alegou que o processo ainda está em curso e que recursos seguem sendo analisados.

“O processo ainda não acabou, ainda há vários recursos que podem ser feitos, um pedido de suspensão foi solicitado no dia 29 de abril, dentro da Câmara dos Deputados, está sendo analisado, eu já tive um sinal verde de que ele vai ser pautado”, declarou a parlamentar, sinalizando que aguarda o momento adequado para avançar com sua defesa.

Apesar da condenação, Zambelli adotou um tom de resiliência e destacou a importância da fé em tempos adversos.

“Não é um momento triste, é um momento de esperança, de fé. E são os momentos mais difíceis que a gente vê nas passagens bíblicas, que as pessoas tiveram que mostrar sua verdadeira fé. Aquela fé que excede todo entendimento”, afirmou.

Questionada sobre sua relação com Delgatti, a deputada disse nunca ter ocultado que o conhecia, mas destacou a credibilidade questionável do hacker, apontando que ele teria apresentado múltiplas versões dos fatos.

“O advogado dele, eu tenho também vídeos, posso mandar para vocês, em que ele apresenta pelo menos cinco versões do porquê que o Walter Delgatti teria feito essa invasão”, comentou.

Zambelli reforçou que a iniciativa do crime teria partido exclusivamente de Delgatti, assim como a chamada "Vaza Jato", e sugeriu que a motivação do hacker possa ter sido movida por vaidade pessoal.

“O porquê ele quis jogar isso em cima de mim, até hoje a gente não sabe e muito provavelmente não saberemos.”

O advogado da parlamentar criticou o trâmite processual, alegando falta de participação da defesa no julgamento realizado virtualmente pelo STF, ausência de provas robustas e um processo acelerado sem análise detalhada dos argumentos apresentados. Segundo ele, houve falhas na condução jurídica e uma postura que comprometeu a imparcialidade da Corte.

Mesmo diante do cenário desfavorável, Carla Zambelli encerrou a coletiva reafirmando sua confiança no sistema judicial:

“A injustiça se conserta com o tempo.”

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