A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, nesta terça-feira (20/5), a análise do pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para transformar em réus os 12 integrantes do chamado “núcleo 3” da suposta tentativa de golpe com o objetivo de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder, mesmo após o resultado das eleições de 2022.

Assim que começou a apresentação do relatório, o ministro Alexandre de Moraes rejeitou um pedido de adiamento feito pela defesa de Wladimir Matos Soares, agente da PF citado em gravações relacionadas à segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ele afirmou que os áudios não influenciarão seu voto neste momento processual, por não integrarem formalmente a denúncia.

“Esse áudio será analisado apenas em caso de eventual recebimento da denúncia, pois foi apresentado de forma extemporânea”, explicou Moraes.

No áudio em questão, Wladimir Soares deixa bem claro que Bolsonaro agiu "dentro das quatro linhas". O agente critica a ausência de reação diante da decisão de Moraes, em 2020, de barrar a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da PF.

“Tinha que ter cortado a cabeça dele era ali, mas não fez, foi frouxo. Tentou fazer tudo direitinho, quatro linhas e não sei o quê, e só se ferrou”, diz o agente.

Na opinião do comentarista político da GloboNews, Fernando Gabeira, o áudio favorece Bolsonaro, pois mostra que ele não queria dar golpe

“É um áudio que favorece um pouco o Bolsonaro (…) Porque da a impressão que ele não quis avançar um pouco mais, recuou, fico dentro das 4 linhas.”

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