A Polícia Civil do Rio de Janeiro apura as circunstâncias da morte de Fhillip da Silva Gregório, conhecido como “Professor”, apontado como um dos principais articuladores do Comando Vermelho (CV). Foragido da Justiça desde 2018, ele foi encontrado morto no último domingo (1º), com um disparo na cabeça.

Na segunda-feira (2), uma mulher que se apresentou como amante do traficante procurou a Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro (DHC) e afirmou que ele teria tirado a própria vida. Ela entregou a arma supostamente usada no ato. A polícia trata o depoimento como mais uma peça no quebra-cabeça, enquanto mantém outras linhas de investigação em aberto.

Professor era um dos nomes mais influentes do tráfico no Complexo do Alemão, especificamente na Favela da Fazendinha, onde vivia cercado por um forte esquema de segurança. Ele foi levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Del Castilho, na zona norte da cidade, mas já chegou sem vida ao local.

Relatos iniciais sugerem que uma discussão com uma companheira pode ter antecedido a morte. A polícia não descarta, no entanto, a possibilidade de acerto de contas dentro da facção ou ação de grupos rivais.

Com 65 anotações criminais, Professor era responsável por negociações internacionais envolvendo armas, drogas e munições. De acordo com a Polícia Federal, ele tinha participação ativa em uma rede de tráfico com ramificações no Paraguai, Colômbia, Bolívia e Peru. Essa estrutura foi revelada durante a Operação Dakovo, que também expôs ligações do criminoso com policiais militares.

Para evitar reconhecimento, o traficante teria recorrido a procedimentos estéticos em clínicas clandestinas, incluindo implante capilar e lipoaspiração. Mesmo recluso, seguia coordenando ações do CV na zona oeste do Rio e mantendo contato com milicianos e chefes de comunidades próximas.

O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), e testemunhas já começaram a ser ouvidas. A investigação segue em andamento.

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