A Procuradoria-Geral da República (PGR) estuda solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que anunciou publicamente ter deixado o Brasil. A decisão está sendo analisada por assessores do procurador-geral, Paulo Gonet, que veem na atitude da parlamentar um indício de possível tentativa de evasão do cumprimento da pena de dez anos a que foi condenada pela Suprema Corte.

A condenação imposta pelo STF à deputada se refere à invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à adulteração de documentos. Apesar da sentença já proferida, sua execução está suspensa até que se esgotem todos os recursos legais cabíveis. No entanto, a recente viagem ao exterior foi interpretada por integrantes da PGR como uma prova de “mobilidade internacional” e, portanto, de risco concreto de fuga da jurisdição brasileira.

Em entrevista à rádio Auri Verde, Zambelli confirmou estar fora do país e anunciou que pretende solicitar uma licença temporária de seu mandato, como já fez anteriormente o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A parlamentar afirmou que a saída do Brasil se deu por motivos de saúde.

A localização exata da deputada também é alvo de questionamentos. Em declarações à CNN, Zambelli afirmou estar na Itália, onde possui cidadania e, por isso, não poderia ser deportada. Em outro momento, no entanto, declarou que estaria nos Estados Unidos e que viajaria para a Itália posteriormente. A inconsistência nas informações sobre seu paradeiro reforçou, na visão da PGR, a necessidade de medidas cautelares.

Com base nessas informações, a tendência é que parlamentares da base governista protocolem representações formais junto à PGR, solicitando a prisão preventiva da deputada. Caso o pedido avance, caberá ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal no STF, decidir se autoriza ou não a medida.

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