O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu retirar dos registros oficiais uma declaração feita pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, durante o depoimento de uma testemunha na ação penal que investiga tentativa de golpe de Estado. No momento em que interrogava o ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo, Gonet comentou, acreditando estar com o microfone desligado:

“Fiz uma cagada”.

A fala ocorreu após Moraes, que é o relator do processo, intervir para que o procurador reformulasse uma pergunta considerada opinativa. De acordo com a decisão, foi aplicado um dispositivo do Código Penal que proíbe o uso de "expressões ofensivas" por participantes de processos judiciais.

O trecho com o áudio da declaração foi suprimido dos vídeos divulgados nesta terça-feira (3), e a transcrição oficial da audiência também registra que a manifestação do chefe do Ministério Público foi “cancelada”.

O episódio se deu durante a audiência em que Aldo Rebelo foi ouvido como testemunha de defesa do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha e réu no processo. A pergunta de Gonet — se Rebelo acreditava que a Marinha teria capacidade de romper a ordem institucional sem o apoio do Exército — foi contestada pela defesa de Garnier. O argumento baseou-se em uma advertência feita minutos antes pelo próprio Moraes ao advogado de defesa, por uma pergunta de teor semelhante.

Ao perceber o constrangimento e supor que não estava sendo ouvido, Gonet fez o comentário de forma espontânea. A falha técnica, no entanto, capturou a fala, posteriormente excluída dos registros públicos.

Está mais do que claro que o "sistema" vai tentar envolver qualquer narrativa possível para atingir o ex-presidente Jair Bolsonaro nesse caso. Querem prendê-lo de qualquer forma.

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