
A eliminação das concepções errôneas: O comunismo é um regime horrível
18/06/2025 às 13:07 Ler na área do assinante
“O capital não é uma dádiva gratuita de Deus ou da natureza. É o resultado de uma prudente restrição do consumo por parte do homem. É criado e aumentado pela poupança e mantido pela abstenção dos gastos”. (A Mentalidade Anticapitalista - Mises, Ludwig, pág. 75)
O semi-analfabeto, Lula da Silva, que dirige atualmente a nação, afirmou que é comunista.
Gilmar Mendes, ministro do STF, um dos que se considera possuir atributos divinos e por isso interpreta a Constituição do país conforme sua vontade - assim como todos os outros ministros - em sessão do Supremo Tribunal Federal, afirmou em (11.jun.2025) que todos os integrantes da Corte admiram o regime chinês comandado por Xi Jinping. Eis suas palavras:
- “Eu não me animo muito a tentar definir a natureza dessa entidade. Acho que é um consenso entre nós de que é preciso uma entidade. Isso é fundamental. Um pouco na linha… nós todos somos admiradores do regime chinês, do Xi Jinping, que diz assim:
‘A cor do gato não importa, o importante é que ele cace o rato”, afirmou o ministro.
Notem o plural da afirmação:
“...nós todos (ministros) somos admiradores do regime chinês, do Xi Jinping”.
Nenhum ministro, até agora, refutou a afirmação de Gilmar. Portanto, na Terra dos Papagaios, temos um presidente que afirma ser comunista e um Supremo Tribunal Federal inteiro que também admira o comunismo.
A falta de conhecimento de Lula sobre o regime comunista não é perdoável, muito menos a de Gilmar que foi corrigido por Barroso: a frase da Teoria do Gato atribuída a Xi Jinping, pertence a Deng Xiaoping, um outro dirigente chinês do final da década de 70. Mas Barroso não retificou Gilmar em sua afirmação de “nós todos” (ministros) admirarem a ditadura chinesa.
O comunismo/socialismo é um regime horrível. Onde ele se estabeleceu provocou dor, sofrimento e morte. Mas é admirado pelos ministros do Supremo.
Mao Tsé Tung, que se intitulou o “Grande Timoneiro da China”, isto é, aquele que colocaria a China no rumo certo, conquistou o poder afirmando ao chineses que era um grande estrategista político, mentor militar e "salvador da nação". Mao tomou o poder na China em 1949. Seus seguidores (chamados de “maoístas”) também divulgam que ele é um grande teórico, estadista, poeta e visionário. Eis algumas de suas maldades iniciais no grande regime comunista:
- Em 1950, ele enviou o Exército de Libertação Popular para o Tibete para impor a reivindicação da China na região do Himalaia; esmagou uma revolta ali em 1959; e em 1962, Mao lançou a Guerra sino-indiana. Na política externa, Mao apoiou a "revolução mundial" e, inicialmente, procurou alinhar a China com a União Soviética de Josef Stalin, o envio de forças para a Guerra da Coreia e a Primeira Guerra da Indochina, bem como auxiliando movimentos comunistas na Birmânia, Camboja, e em outros países.
Suas políticas e os expurgos políticos de seu governo entre 1949 a 1976, provocaram a morte em massa de 50 a 80 milhões de pessoas. A fome severa durante a Grande Fome Chinesa, o suicídio em massa, como resultado das Campanhas Três-Anti e Cinco-Anti, e perseguição política durante a reforma agrária chinesa, movimento Zhen Fan, movimento Sufan, Campanha Antidireitista e Campanha de Educação Socialista resultaram em um grande número de mortes. Suas campanhas e suas variadas consequências catastróficas são posteriormente culpadas por danificar a cultura chinesa e a sociedade, como as relíquias históricas que foram destruídas e os locais religiosos que foram saqueados. (Wikipédia – Mao Tsé-Tung).
Entre 1966 -1969, Mao Tsé-Tung lançou a Revolução Cultural com o apoio de sua esposa, Jiang Qing e destituiu os quadros do Partido Comunista Chinês, que queriam uma linha política e econômica mais moderada. Foram criados os guardas vermelhos, que se fundamentavam no chamado Livro Vermelho, que continha citações de Mao.
O Livro Vermelho foi lançado em 1964. Tinha o objetivo de difundir o pensamento de Mao e educar ideologicamente a sociedade chinesa. Assim, cada chinês deveria andar com ele no bolso e seguir religiosamente o que o livrinho de Mao afirmava. Seguir sem hesitações. Cegamente. Sem contestar se aquilo que estava escrito era verdade ou não.
Vejamos o Capítulo XXIV, intitulado “A eliminação das concepções errôneas” (O livro Vermelho de Mao, pág. 73/74). Neste capítulo Mao faz uma lavagem cerebral nos chineses que eram obrigados a ler e decorar e aplicar na prática, diariamente, o que o livro garantia, sem qualquer outra alternativa. Como afirma o título, Mao, através das palavras escritas nas páginas do livro eliminará da mente de todos os chineses as ideias erradas, errôneas, diferentes, que qualquer um deles ousar a ter. Quem afirmasse o contrário do que o novo profeta dizia era preso e fuzilado ou mandado para os campos de concentração.
Seu livro é a verdade absoluta. As verdades de seu livro são mentiras.
Analisemos o que ele afirma:
- “O liberalismo manifesta-se sob diversas formas:
01- Constatamos que alguém está a agir mal, mas, como se trata dum velho conhecido, dum conterrâneo, dum condiscípulo, dum amigo íntimo, duma pessoa querida, dum antigo colega ou subordinado, não nos empenhamos no debate de princípios e deixamos as coisas correrem, preocupados com manter a paz e a boa amizade. Ou então, para mantermos a boa harmonia, não fazemos mais do que críticas ligeiras, em vez de resolver a fundo os problemas. O resultado é prejudicar- se tanto a coletividade como o indivíduo. Essa é uma primeira forma de liberalismo”.
Mentira. Entende-se por liberalismo a concepção de Estado em que este tem poderes e funções limitados, contrapondo-se, portanto, ao absolutismo (Estado absoluto) e ao socialismo/comunismo (Estado máximo socialista/comunista). Filosoficamente, explica-se o conceito de Estado Liberal como a doutrina que defende os direitos naturais do homem, como locomover-se sem restrições, viver, ser feliz, etc. Cabe ao Estado Liberal respeitar tais direitos, ou seja, respeitar a independência do homem.
Modernamente o liberalismo deu lugar ao neoliberalismo Os neoliberais defendem que a economia deve ser baseada no livre jogo das forças do mercado. Segundo eles, isso garantiria o crescimento econômico, a competitividade e o desenvolvimento social de um país.
02- “Em privado entregamo-nos a críticas irresponsáveis, em vez de fazermos ativamente sugestões à organização. Nada dizemos de frente às pessoas, mas falamos muito pelas costas; calamo-nos nas reuniões, e falamos a torto e a direito fora delas. Desprezamos os princípios de vida coletiva e deixamo-nos levar pelas inclinações pessoais. É uma segunda forma de liberalismo”.
Mentira. Toda crítica feita abertamente ao comunismo dentro da China foi punida com prisão e fuzilamento. Nunca houve espaço para individualismo dentro do regime que Mao implantou.
03- “Desinteressamo-nos completamente por tudo que não nos afeta pessoalmente; mesmo quando temos plena consciência de que algo não vai bem, falamos disso o menos possível; deixamo-nos ficar sabiamente numa posição coberta e temos como única preocupação não ser apanhados em falta. É uma terceira forma de liberalismo”.
- Aqui, nessa terceira proposição, espertamente o profeta de palha começa a preparar o novo homem-formiga. O homem-coletivo. O homem para o qual o que importa é a coletividade. Não o homem. Não seus problemas.
04- “Não obedecemos a ordens, colocamos nossas opiniões pessoais acima de tudo. Não esperamos senão atenções por parte da organização e repelimos a disciplina dessa. Eis uma quarta forma de liberalismo”.
- Nesse parágrafo ele puxa a alavanca da armadilha: obedecer ordens de Mao e dos dirigentes sem qualquer contestação. O governante comunista nunca pode ser desobedecido. O povo nunca deve colocar as “opiniões pessoais acima de tudo”. Quando nos colocamos contra todas essas formas de opressão somos liberais, indisciplinados, não comunistas!
05- “Em vez de refutar e combater as opiniões erradas, no interesse da união, do progresso e da boa realização do trabalho, entregamo-nos a ataques pessoais, buscamos questões, desafogamos o nosso ressentimento e procuramos vingar-nos. Eis uma quinta forma de liberalismo”.
- Uai! O liberalismo nunca foi isso. O liberalismo é uma doutrina político-econômica que surge, em sua essência, da vontade de limitação do Estado para a consequente ascensão da liberdade individual, dos direitos individuais, da igualdade perante a lei, da proteção à propriedade privada e do livre comércio.
06- “Escutamos opiniões erradas sem elevarmos uma objeção e deixamos até passar, sem informar sobre elas, expressões contrarrevolucionárias, ouvindo-as passivamente, como se de nada se tratasse. É uma sexta forma de liberalismo”.
- Note que todo discurso do profeta de meia-tigela chamado Mao, se resume em afirmar que outras opiniões, senão a sua, que ele diz que é a da “revolução”, são erradas, somente a sua é correta. Autores que são clássicos dentro da corrente de pensamento do liberalismo, John Locke (1632–1704), Barão de Montesquieu (1689–1755), Adam Smith (1723–1790), John Stuart Mill (1806–1873, Alexis de Tocqueville (1805–1859), John Maynard Keynes (1883–1946), são terminantemente proibidos. Todos eles possuem opiniões erradas, segundo Mao.
07- “Quando nos encontramos entre as massas, não fazemos propaganda nem agitação, não usamos da palavra, não investigamos, não fazemos perguntas, não tomamos a peito a sorte do povo e ficamos indiferentes, esquecendo-nos de que somos comunistas e comportando-nos como um cidadão qualquer. É uma sétima forma de liberalismo”.
- Aqui Mao incentiva aos comunistas fazerem propaganda, agitarem as massas, investigar quem não é a favor do comunismo. Não ser “um cidadão qualquer”. Ser um comunista. Pertencer a casta dos homens-formigas que agem cegamente obedecendo ordens. Esse é o orgulho dos que sofreram a lavagem cerebral.
08- “Vemos que alguém comete atos prejudiciais aos interesses das massas e não nos indignamos, não o aconselhamos nem obstamos à sua ação, não tentamos esclarecê-lo sobre o que faz e deixamo-lo seguir. Essa é a oitava forma de liberalismo”.
- Cometer atos prejudiciais aos interesses das massas é ser contra o comunismo. Contra Mao. Contra o “maoísmo”. Contra a revolução. Contra o Estado autoritário. Na verdade, o liberalismo é a doutrina do Estado limitado em seus poderes e funções. Os poderes do Estado são regulados através de normas gerais, submissão a leis e respeito aos direitos fundamentais e invioláveis do homem, geralmente reconhecidos através de algum documento oficial, como a Constituição do país.
09- “Não trabalhamos seriamente, mas apenas para cumprir formalidades, sem plano e sem orientação determinada, vegetamos - “enquanto for sacristão, contentar-me-ei em tocar os sinos”. Essa é uma nona forma de liberalismo”.
- Mais uma vez Mao instiga ao seguidor do comunismo a defender com unhas e dentes esta forma miserável de escravidão: a escravidão mental. Ela sucede a escravidão do corpo ao Estado. Oposto a isso, o princípio do liberalismo é o conhecimento da razão humana e o direito irrevogável à ação e realização própria, livre e sem limites. No campo político, o liberalismo surgiu a partir da Revolução Francesa e Americana. Seu primeiro ato de fé política foi a luta pelos direitos humanos.
10- “Julgamos ter prestado grandes serviços à revolução e damo-nos ares de veteranos; somos incapazes de fazer grandes coisas, mas desdenhamos as tarefas pequenas; relaxamo-nos no trabalho e no estudo. Eis uma décima forma de liberalismo”.
- O profeta Mao afirma no décimo mandamento de suas “concepções errôneas”, que os adeptos devem trabalhar duro e estudar o comunismo. Esse é o novo mundo apresentado a eles. É a nova revolução. Ninguém pensa, Mao pensa pelo povo. Ninguém reclama, Mao e os dirigentes reclamam pelo povo. Ninguém precisa saber ou conhecer, Mao sabe e conhece pelo povo. Ninguém precisa falar, Mao e os dirigentes falam pelo povo. Ninguém precisa ter opinião, Mao e os dirigentes opinam pelo povo.
11- “Cometemos erros, damo-nos conta deles, mas não queremos corrigi-los, dando, assim, uma prova de liberalismo com relação a nós próprios. Eis a décima primeira forma de liberalismo”.
Ele afirma, ainda, que “O liberalismo é extremamente prejudicial nas coletividades revolucionárias. É um corrosivo que mina a unidade, afrouxa a coesão, engendra a passividade e provoca dissensões. Priva as fileiras revolucionárias de uma organização sólida e de uma disciplina rigorosa, impede a aplicação integral da linha política e separa as organizações do Partido das massas populares colocadas sob a direção desse. É uma tendência extremamente perniciosa”. ... Somente o Estado protege o povo. ... É preciso “rejeitas os hábitos e ideias nefastas adquiridas na antiga sociedade, evitar ser arrastados pelos reacionários para o mau caminho, e continuar a avançar em direção à sociedade socialista, à sociedade comunista”.
Os princípios fundamentais do liberalismo são a transparência, os direitos individuais e civis e um governo consentido pelos governados, estabelecido por meio das eleições livres, geralmente um governo democrático, e a igualdade da lei perante todos os cidadãos. O liberalismo atual prega o “Estado mínimo”, isto é, o Estado não pode atuar ou intervir em todas as esferas. O liberalismo político afirma que há um aglomerado de direitos inerentes ao ser humano e que, portanto, o Estado não pode intervir. Esses direitos seriam: Liberdade individual, Direitos individuais, Igualdade perante a lei, Segurança, Felicidade, Liberdade religiosa, Liberdade de imprensa, entre outros.
Tudo contrário ao comunismo que pratica violência política, o totalitarismo, governo de partido único, brutal repressão aos opositores, incluindo prisões, processos, execuções e fome.
O presidente condenado/descondenado pelo STF afirma que é comunista.
Gilmar Mendes, ministro do STF, afirma que ele e todos os outros ministros são admiradores do regime comunista de Xi Jinping, o ditador chinês. Suas palavras foram proferidas no julgamento do Marco Civil da Internet. Os ministros que admiram Xi Jinping querem a internet brasileira igual à chinesa, isto é, censurada e vigiada, para “evitar que certos comportamentos nos levem a um ‘abismo de incivilidade”.
Exposto tudo isso, você acredita que o comportamento dos ministros é parecido com o Capítulo XXIV, intitulado “A eliminação das concepções errôneas” do livro Vermelho de Mao, pág. 73/74, exposto neste texto?
Se assim for, os ministros-profetas só faltam presentear o povo brasileiro com o “Livro Vermelho do STF”.
Se assim não for, estamos a diante de um novo modelo de ditadura, inédito para os ministro deslumbrados com o poder, mas muito antigo para a humanidade.
Finalizo com as palavras de Étienne de La Boétie:
- “Resolva não servir mais e você será imediatamente libertado. Não peço que você coloque as mãos sobre o tirano para derrubá-lo, mas simplesmente que você não o apoie mais; então você o verá, como um grande colosso cujo pedestal foi arrancado, cair de seu próprio peso e se quebrar em pedaços”. (O Discurso da Servidão Voluntária).
Uma boa semana a todos.
Carlos Sampaio
Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)