Nesta madrugada (21), bombardeiros B-2 dos EUA lançaram 14 bombas GBU-57 (destruidoras de bunkers), pesando 14 toneladas cada, para arrasar instalações nucleares iranianas. Submarinos americanos também lançaram 30 mísseis Tomahawk contra a infraestrutura nuclear iraniana. Em seu Instagram, Trump confirma:
“Completamos nosso ataque muito bem-sucedido às instalações nucleares de Fordow, Natanz e Esfahan. Agora é tempo para paz.”
Por que a Rússia e a China não defenderam o Irã iniciando o que alguns profetas do apocalipse já chamavam de “Terceira Guerra Mundial”? E por que o Brasil se coloca na contramão da paz defendendo o Irã?
Essas perguntas se completam, mas estão levando mais de 40 anos para serem respondidas. O Irã era um país moderno, avançado e ocidentalizado. Em 1979, houve a Revolução Iraniana, que levou à derrubada da monarquia e ao estabelecimento de uma República Islâmica. O que começou como um movimento autêntico e antiditatorial baseado numa ampla coligação de várias forças foi rapidamente transformado numa tomada de poder do fundamentalismo islâmico.
No início de março de 1979, Khomeini, o primeiro aiatolá, anunciou: "Não usem o termo 'democracia'. Esse é o estilo ocidental."
O regime iraniano se transformou em uma ditadura xiita inspirada no conceito de “Gharbzadegi” – em persa, isso significa algo como “Detox do Ocidente”, sob o lema "nem Oriente nem Ocidente, apenas a República Islâmica", incluindo o objetivo de exportar a revolução islâmica por todo o Oriente Médio. Isso é visto por países sunitas como a Arábia Saudita com profunda preocupação: eles consideram o regime do Irã como uma grande ameaça à sua segurança e estabilidade, bem como à estabilidade de toda a região.
Por isso o regime ditatorial dos aiatolás vinha ameaçando destruir Israel, a única democracia no Oriente Médio, há mais de 40 anos. Israel, visto como representante de “valores ocidentais” sempre foi percebido pelos aiatolás como uma pedra no babuche deles: única democracia no Oriente Médio, onde, por exemplo, mulheres árabes e homens gays têm plenos direitos civis como cidadãos israelenses.
O Irã fundamentalista é atualmente um dos únicos países do mundo a executar ativamente homens gays. A Anistia Internacional relata que aproximadamente 5.000 homossexuais foram executados no Irã desde a revolução de 1979. A morte da jovem Mahsa Amini em 2022 chocou o mundo: ela morreu após ser detida e espancada por violar a lei do hijab, ou seja, por mostrar seus cabelos em público. Apenas em 2024 pelo menos 618 mulheres foram presas sob o Plano "Noor" (Luz), que intensificou a aplicação da lei do hijab a partir de abril de 2024.
Nenhum país desenvolve reatores nucleares no interior de uma montanha a 90 metros de profundidade apenas para fazer exames médicos. Depois de ameaçar destruir Israel por várias décadas, o Irã aparentemente estava bem próximo de preparar 15 ogivas nucleares.
Nunca saberemos ao certo, mas é possível que Trump tenha telefonado para Putin e para Xi Jinping antes de atacar os reatores nucleares iranianos. Também é possível que tanto a China como a Rússia tenham concordado que o Irã de fato usaria suas armas nucleares, o que – aí sim – desencadearia um conflito nuclear direto.
Vamos lembrar que o Irã assinou o Acordo de Não-Proliferação de armas nucleares (NPT) em 1968, e depois de 1979 teria desenvolvido seu potencial nuclear de forma clandestina.
O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), ratificado em 1970, tem 190 Estados-membros. Esses Estados são categorizados em dois grupos: Estados com Armas Nucleares e Estados sem Armas Nucleares. Os cinco com armas nucleares, reconhecidos pelo tratado, são Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido (Não por coincidência, esses cinco países são os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, mas, paradoxalmente, estão entre os maiores exportadores de armas convencionais). Os demais países se comprometeram a não adquirir armas nucleares. Quatro países nunca aderiram ao tratado: Índia, Israel, Paquistão e Sudão do Sul. A Coreia do Norte aderiu, mas posteriormente se retirou em 2003. Índia e Paquistão possuem armas nucleares e não assinaram o tratado por causa disso. O Sudão do Sul é uma nação relativamente nova, fundada em 2011, tem enfrentado guerras civis internas desde a sua independência. Israel nunca negou ou admitiu possuir armas nucleares e mantém essa posição ambígua como segredo de estado.
Agora, qual cenário é preferível para a paz no Oriente Médio e no mundo?
a) O Irã completa e lança suas ogivas nucleares contra Israel. Um míssil balístico voando em Mach 5 (6.000 km/h) leva aproximadamente 10 minutos para cobrir os 1,600 km entre Tehran e Tel-Aviv. Israel domina o espaço aéreo do Irã, mas um caça israelense não tem poder de fogo para derrubar uma ogiva nuclear. Nesse caso, a única opção seria uma retaliação nuclear, o que lançaria o mundo em uma guerra de aniquilação total que não interessa a ninguém. Lembro aqui a doutrina internacionalmente aceita de “Destruição Mútua Assegurada (MAD)”, postulando que um ataque nuclear em larga escala de um estado com armas nucleares contra outro levaria à aniquilação completa de ambos os lados.
b) Através da maior operação militar na História, Israel descobriu e revelou os reatores nucleares iranianos, além de ter eliminado cirurgicamente todos os chefes militares responsáveis pelo programa nuclear clandestino do Irã. Com a ajuda militar dos EUA, os três maiores reatores nucleares iranianos foram totalmente inutilizados ontem à noite.
Para quem ainda não percebeu, essa pode ter sido a verdadeira luz no fim do túnel para pavimentar um caminho de paz para o Oriente Médio. O passo seguinte seria o reconhecimento de Israel pelos países que ainda teimam em atacar a única democracia no Oriente Médio, incluindo os movimentos terroristas Hamas, Hezbollah, Houthis financiados pelo Irã, entre outros. Entendam: não é possível debater paz amigavelmente com inimigos que apenas querem te destruir.
E por que o Brasil apoia o regime ditatorial do Irã? Cabe ao Senado, à Câmara, enfim, aos nossos representantes equilibrados questionar isso. O Brasil, tradicional aliado de Israel, desenvolveu no atual governo uma narrativa contra Israel que é antidemocrática. O Brasil, país de imigrantes, sempre se afirmou como um berço de paz, onde árabes e judeus tradicionalmente convivem em harmonia. Lamento muito que nosso país agora se transforme em aliado do ódio antissemita ao apoiar um regime defunto que persegue mulheres, gays, entre outros.
Como disse o representante do Stand With Us, André Lajst: “É chocante ver parte da esquerda brasileira, que costuma defender com veemência os direitos humanos, das mulheres, das minorias e da comunidade LGBT, relativizar ou até mesmo defender o regime iraniano — um governo que representa exatamente o oposto desses valores. Me impressiona a cegueira ideológica de quem ignora as violações cometidas pelo Irã contra seu próprio povo apenas para manter uma narrativa anti-Israel”.
Que fique bem claro: Israel não atacou o Irã. Israel apenas reagiu de forma exclusivamente militar a 40 anos de ameaças concretas por parte da ditadura iraniana. Tudo isso sem atacar a população civil iraniana, que é inocente. O Irã, ao contrário, ataca prédios residenciais e hospitais em Israel. “Ahhnnn..., mas Israel não atacou hospitais em Gaza?” Não. Israel atacou “hospitais” em Gaza que serviam de fachada para instalações terroristas do Hamas.
“Ahhnnn..., mas Israel não faz um genocídio em Gaza?” Não. A definição de genocídio inclui a “destruição deliberada e sistemática de um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”. Segundo a definição internacional da ONU, um genocídio tem dois elementos:
1) Físico: envolve atos específicos como matar, causar danos físicos ou mentais graves, impor condições para causar destruição física, impedir nascimentos ou transferir crianças à força. Até agora, apenas o Hamas fez isso contra israelenses e participantes do festival de música “Nova” perto de Gaza, em 7 de outubro de 2023. Se o Hamas quer paz, bastaria devolver os reféns.
2) Mental: o aspecto mais crucial e requer a prova da intenção deliberada de destruir, no todo ou em parte, um grupo. A intenção de destruir o grupo é o que distingue o genocídio de outras atrocidades. Se Israel quisesse de fato destruir os Palestinos em Gaza, bastariam alguns dias para eliminar todos e considerar os reféns como dano colateral – o que seria um gesto extremamente desumano e incompatível com os valores do povo judaico, que valoriza cada vida.
A população de Gaza em 1950 era estimada em 63.444 habitantes. Em 1990, havia crescido para 645.100 habitantes. Em 2005 Israel espontaneamente devolveu Gaza para os palestinos. O Hamas tomou o poder em 2007 matando palestinos da Fatah. Em 2020, a população estimada de Gaza atingiu 2,1 milhões. Que “genocídio” é esse onde a população só cresce? O Escritório Central de Estatísticas da Palestina (PCBS) deliberadamente mistura dados de membros do Hamas com dados da população civil. Além disso, mistura dados de feridos e mortos com dados de pessoas que sofreram deslocamentos. Ou seja: quando Israel avisa que vai bombardear um “hospital” que serve de base subterrânea para o Hamas, todas as pessoas que se deslocam são contabilizadas como “feridas” ou “mortas” pelo Bureau de Estatísticas do Hamas. Isso apenas alimenta a narrativa falsa a favor do Hamas, sem nenhuma fonte imparcial para confirmar os dados.
Conclusão: sem armas nucleares no Irã e sem recursos financeiros do Irã para grupos terroristas no Oriente Médio, o caminho para uma paz possível começa a ser delineado. Assim como a Segunda Guerra Mundial foi uma continuação da Primeira, a Terceira Guerra Mundial se esboça hoje na luta não declarada por esferas de influência da China, EUA, e Rússia, tendo o extremismo islâmico e rivalidades entre Irã e Arábia Saudita como elementos adicionais. Essa luta questiona a hegemonia econômica e o modus vivendi das democracias ocidentais como principal resultado da Segunda Guerra Mundial. O fato é que a Terceira Guerra Mundial continuará de modo sutil, mas por enquanto sem o perigo de armas nucleares nas mãos irresponsáveis da ditadura dos aiatolás.
Jonas Rabinovitch. Arquiteto urbanista com 30 anos de experiência como Conselheiro Sênior da ONU em Nova York nas áreas de desenvolvimento e políticas públicas.
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