A mensagem de Trump em defesa de Bolsonaro, alcança Allan dos Santos e presos políticos

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Nesta segunda-feira, 7 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, publicou em sua rede Truth Social uma contundente mensagem em defesa do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro. Em suas palavras:

“Estarei assistindo à caça às bruxas de Jair Bolsonaro, sua família e seus apoiadores.”

A declaração, simples e direta, ecoa com força entre os conservadores brasileiros e lança luz internacional sobre um cenário que muitos tentam esconder: o avanço de uma perseguição política sistemática contra críticos do governo Lula e do Supremo Tribunal Federal (STF).

A mensagem de Trump é mais do que um gesto de solidariedade a um aliado ideológico. É um reconhecimento de que o que ocorre hoje no Brasil ultrapassa os limites da legalidade e dos princípios democráticos. E que a repressão não se restringe a Bolsonaro e sua família. Ela se alastra como uma rede de silenciamento e punição que vai do exílio de jornalistas, como Allan dos Santos, Paulo Figueiredo e Oswaldo Eustáquio, por exemplo, até as celas frias que abrigam os presos políticos do 8 de janeiro.

Sem esquecer das prisões do ex-deputado Daniel Silveira, Filipe Martins,  General Braga Netto, dentre outros, muitos deles mantidos no cárcere sem julgamento justo, sem provas concretas e submetidos a um verdadeiro processo de "criminalização da dissidência". Também, as perseguições impostas aos filhos, Carlos e Eduardo Bolsonaro.

O caso de Allan dos Santos, por exemplo, é emblemático. Jornalista independente, criador do canal Terça Livre, Allan foi forçado ao exílio após ser alvo de mandados de prisão e perseguição por parte do STF. Sua “culpa”? Denunciar os abusos de poder, criticar abertamente ministros da Corte e expor, com documentos e entrevistas, as engrenagens por trás da narrativa dominante. Ele não está sozinho. Há outros brasileiros vivendo no exterior, exilados, privados de retornar ao país por medo de prisão ou retaliação.

Dentro do Brasil, o cenário é igualmente alarmante. Centenas de pessoas presas após os atos de 8 de janeiro de 2023 continuam sendo tratadas como inimigas do Estado. A maioria sequer teve o devido processo legal respeitado. São pais e mães de família, idosos, trabalhadores comuns que, no auge da indignação política, participaram de manifestações que rapidamente foram rotuladas como tentativa de golpe, sem que houvesse uma investigação imparcial e ampla para distinguir responsabilidades individuais.

Trump não é apenas um espectador distante. Sua mensagem tem um efeito simbólico potente. Ele reconhece que o Brasil vive uma crise de liberdades. A “caça às bruxas” mencionada por ele não é uma metáfora vazia, é uma denúncia sobre o uso do sistema judicial como instrumento político, sobre o controle narrativo da mídia tradicional e sobre o cerco às vozes conservadoras.

O silêncio de boa parte da comunidade internacional só amplia a gravidade do momento. É por isso que uma mensagem como a de Trump reverbera, porque rompe o cerco, denuncia o óbvio e dá voz a quem está sendo sistematicamente calado.

A perseguição que começou contra Bolsonaro, seus filhos e seus aliados políticos não ficará restrita a eles. Como toda tirania judicial, ela se expande. O alerta de Trump é um chamado à atenção do mundo. E também um aviso: hoje são eles, amanhã, poderá ser qualquer um que ouse discordar.

O Brasil não pode continuar ignorando que há presos políticos em seu território.

A coragem de dizer isso vinda de fora, escancara a covardia de muitos que estão aqui dentro.

Foto de Henrique Alves da Rocha

Henrique Alves da Rocha

Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe.