Mais um aliado de Lula é alvo de operação da PF
12/07/2025 às 13:51 Ler na área do assinante
O deputado federal Júnior Mano (PSB-CE), ex-PL e atualmente aliado de primeira hora do governo Lula, voltou a figurar no noticiário nacional como alvo de uma operação da Polícia Federal que investiga um esquema de fraudes e desvio de recursos públicos no Ceará.
Júnior Mano ganhou notoriedade no meio político ao romper com o ex-presidente Jair Bolsonaro e com o Partido Liberal após declarar apoio explícito à candidatura do petista Evandro Leitão (PT) à Prefeitura de Fortaleza nas eleições de 2024. O gesto de traição à direita não passou despercebido: Bolsonaro exigiu sua expulsão imediata do partido. À época, Mano não apenas declarou apoio ao petista como organizou um evento pró-PT que reuniu dezenas de prefeitos cearenses.
Mesmo antes desse episódio, o parlamentar já demonstrava alinhamento com a base governista, contrariando as diretrizes do PL e sendo alvo de punições internas. Após sua saída, se abrigou no PSB, partido da base lulista, onde passou a contar com o apadrinhamento político do senador Cid Gomes (PSB-CE). Seu nome, inclusive, é ventilado como possível candidato ao Senado em 2026 pela legenda.
Operação da PF mira gabinete e reduto eleitoral do deputado
A operação deflagrada nesta terça-feira pela Polícia Federal expõe mais um capítulo da promiscuidade entre políticos aliados ao governo e o uso indevido de verbas públicas. Um dos alvos foi justamente o gabinete de Júnior Mano na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Com autorização do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a PF cumpriu 15 mandados de busca e apreensão na capital federal e em cinco municípios cearenses: Fortaleza, Nova Russas, Eusébio, Canindé e Baixio. Além disso, foi determinada a quebra do sigilo de celulares apreendidos e o bloqueio de até R$ 54,6 milhões das contas dos envolvidos.
De acordo com as investigações, o grupo articulava o repasse de verbas públicas a prefeituras do Ceará e desviava parte dos recursos para pagamentos ilícitos. As fraudes teriam envolvimento direto em processos licitatórios manipulados por empresas ligadas aos investigados.
A lista de crimes apurados inclui organização criminosa, compra ilegal de votos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com fins eleitorais. Até o momento, Júnior Mano permanece em silêncio sobre a operação, sem emitir nota oficial ou se pronunciar nas redes sociais.
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