
“Deixem Bolsonaro em paz!”: O fenomenal impacto mundial da frase de Donald Trump
09/07/2025 às 11:29 Ler na área do assinante
Em 7 de julho de 2025, Donald Trump, já em seu segundo mandato como presidente dos EUA, publicou no Truth Social: “Leave Bolsonaro alone!” (“Deixem Bolsonaro em paz!”). A frase curta teve impacto imediato: incendiou redes sociais, agitou os bastidores de Brasília e ganhou destaque na imprensa global.
A declaração foi uma reação às investigações contra Jair Bolsonaro, principalmente pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Impedido pelo STF de deixar o país, Bolsonaro também foi barrado de comparecer à posse de Trump. Um gesto que frustrou parte da direita internacional.
A fala de Trump não foi apenas um aceno de amizade. Ela reforça seu projeto nacionalista centrado na doutrina “America First”, e indica alinhamento com líderes de direita pelo mundo. No dia seguinte, o Departamento de Estado americano publicou nota oficial:
“Jair Bolsonaro e sua família têm sido parceiros sólidos dos EUA. A perseguição política contra eles é uma vergonha e está muito aquém da dignidade das tradições democráticas do Brasil.”
Além disso, o reconhecimento tácito da articulação de Eduardo Bolsonaro nos bastidores internacionais especialmente com o Partido Republicano e figuras-chave da direita global fortaleceu a ideia de que a direita brasileira ainda tem peso no cenário internacional, mesmo fora do poder.
A mensagem foi recebida pela base bolsonarista como um selo de legitimidade. Influenciadores amplificaram o discurso de perseguição política e voltaram a impulsionar a narrativa do “mundo está vendo”.
O governo Lula respondeu com firmeza. Em evento do BRICS, o presidente afirmou:
“O Brasil não aceita interferência de ninguém.”
O PT classificou a nota como intromissão indevida e tentativa de desestabilização democrática. Apesar da indignação, o Planalto evitou escalar o conflito e não convocou o embaixador brasileiro nos EUA, mas deixou claro que monitorará os desdobramentos.
A equipe de Lula teme que o gesto americano reacenda a mobilização bolsonarista, num momento em que a base conservadora parecia enfraquecida.
A reação da imprensa global destacou o peso do gesto:
- The Guardian: “Forte defesa do ex-presidente brasileiro.”
- BBC: “Resposta imediata de Lula após fala de Trump.”
- Al Jazeera: “Estratégia para proteger colega da direita.”
- Le Monde: “Trump e Lula entram em choque.”
- Washington Post: Destacou a comparação entre as perseguições a Trump e Bolsonaro.
A leitura internacional é clara: o apoio dos EUA a Bolsonaro não é apenas retórico faz parte de um reposicionamento global das forças conservadoras.
Embora a nota americana não tenha efeito jurídico, ela representa um sinal geopolítico. Negociações em áreas sensíveis como meio ambiente e comércio podem ser impactadas. Dentro do Itamaraty, fala-se em reforçar alianças com Europa, China e BRICS como contrapeso à possível perda de apoio americano.
Países liderados por governos de esquerda como Chile, Colômbia e Venezuela veem com preocupação a postura de Washington. Já líderes de direita, como Santiago Peña, do Paraguai, podem se alinhar ao novo eixo Trump-Bolsonaro.
Para os bolsonaristas, a frase de Trump veio como um alento. A retórica de perseguição ganhou novo fôlego, o STF voltou a ser o “inimigo interno”, e Bolsonaro recupera capital político, mesmo fora do poder.
Com as eleições presidenciais de 2026 no horizonte, esse apoio internacional será explorado por candidatos da direita como símbolo de força e resistência.
A frase “Deixem Bolsonaro em paz!”, agora respaldada por uma nota oficial dos EUA, marca um novo capítulo na política externa e interna do Brasil. Ela reforça a narrativa bolsonarista e testa os limites da diplomacia entre os dois países.
Lula e Bolsonaro não estão isolados. Ambos têm aliados e pressões externas. Se houver reações concretas sanções, manifestações em organismos internacionais ou mudanças nos acordos bilaterais o Brasil poderá enfrentar sua mais séria crise diplomática desde a redemocratização.
Carlos Arouck
Policial federal. É formado em Direito e Administração de Empresas.