O Brasil finalmente diagnosticado: Síndrome de Peter Pan

14/07/2025 às 06:55 Ler na área do assinante

Esqueçam polarizações entre esquerda e direita e a eterna promessa do Brasil como país do futuro.  Apesar de sermos atualmente a décima economia mundial com um PIB de US$ 2.31 trilhões e uma taxa de crescimento de 2.2% - igual à dos EUA - aparentemente o país ruma para um colapso fiscal.  Por quê?   

O Brasil parece ficar deitado eternamente em berço esplêndido no divã do psicanalista.  Eu até pensei que o nosso problema fosse esquizofrenia ou “personalidade dividida”.  Como é possível um país que gosta tanto de carnaval, futebol, feriados, corrupção, picanha e cerveja consiga ser a décima potência econômica mundial?

Onde foi que nós acertamos?

O Brasil é a 10ª maior economia do mundo devido a vários fatores, incluindo sua grande população e território, recursos naturais abundantes e uma economia diversificada com contribuições significativas da agricultura, mineração, indústria e serviços.

Por outro lado, embora seja um importante ator no comércio global e um exportador de commodities, o Brasil também enfrenta desafios como um ambiente regulatório complexo, muita burocracia e flutuações no valor da moeda refletindo falta de confiança na estabilidade política do país.   

Ou seja, se o país quiser acertar mais, deveria harmonizar regras de comércio exterior, cobrar menos taxas, incentivar a produção do agro, definir e manter uma política econômica consistente ao negociar acordos de comércio exterior com um número cada vez maior de parceiros.  Isso é bom para qualquer país.  E por que o Brasil continua fazendo exatamente o contrário de tudo isso com uma teimosia infantil? 

A Síndrome de Peter Pan, descrita pelo psicólogo Dan Kiley, refere-se a um adulto que tem dificuldade em assumir responsabilidades da idade adulta, exibindo comportamentos imaturos e infantilizados. O termo é uma metáfora inspirada no personagem Peter Pan, que se recusa a crescer e vive na Terra do Nunca.

Vejam o último exemplo:  o governo americano iniciou uma política global de negociação de tarifas de comércio exterior.  Por que fizeram isso?  Porque podem fazer.  Para quem não sabe, o comércio exterior é muito importante, mas não porque seja uma atividade de caridade filantrópica.  Países negociam tratados de comércio exterior já há alguns séculos porque perceberam que, sob certas circunstâncias, estes são mais vantajosos do que guerras.  Isso não quer dizer que o comércio exterior não seja um tipo especial de “guerra”, no qual cada país tenta obter vantagens comparativas da forma que consegue.          

Muito antes da maioria da população brasileira ter nascido, desde 1974, os EUA possuem uma Lei de Comércio.  Essa lei possui a chamada “Seção 301”, criada para investigar e buscar soluções para desequilíbrios no comércio exterior dos EUA.  É um processo muito sério.  Desde 1974 foram conduzidas aproximadamente 130 investigações, muitas delas na década de 1980, particularmente durante o governo Reagan.  Após a criação pela ONU da Organização Mundial do Comércio (OMC) em 1995, o uso da Seção 301 diminuiu, à medida que os EUA passaram a usar cada vez mais os mecanismos de resolução de disputas da OMC. 

Mais recentemente, à medida em que a imparcialidade da ONU foi sendo questionada, o primeiro governo Trump (2017-2021) investigou práticas de comércio exterior sob a Seção 301 seis vezes: duas investigações sobre a China e a União Europeia (UE) resultaram na imposição de tarifas.

Além disso, o governo Biden iniciou três investigações sob a Seção 301, todas em 2024.  As investigações sobre práticas trabalhistas na Nicarágua e políticas da China na indústria de semicondutores, ambas iniciadas em dezembro de 2024, estão em andamento. Uma investigação sobre as práticas de transporte marítimo e construção naval da China, iniciada em abril de 2024, resultou no aumento de taxas portuárias para a China.

Importante:  as investigações não param quando há mudanças de governo porque os interesses nacionais estão sempre acima de qualquer política partidária.  Nos países desenvolvidos funciona assim.      

E o Brasil não faz a mesma coisa?  Claro, mas poderia fazer de modo mais harmônico.  Vou dar um exemplo simples: o envio de uma caixa dos EUA ao Brasil com produtos industrializados custaria 100 dólares, incluindo o frete.  Somando a Taxa de Importação (16.2%), o IPI (9.75%), o ICMS (22%), o PIS (2.1%) e o COFINS (9.65%), o Brasil cobraria um total de 59.7% em taxas.  Ou seja, produtos que custam bem menos de 100 dólares (sem o frete) nos EUA passam a custar quase 160 dólares no Brasil.  Os grandes exportadores dos EUA para o Brasil enfrentam desafios parecidos.

O objetivo, dizem, é proteger o empresário nacional.  E o que o Brasil faz para apoiar a indústria nacional, o agronegócio e outros produtos fabricados aqui? Cobra impostos domésticos altíssimos.

Uma pesquisa da Universidade das Nações Unidas (UNU-WIDER) mostra que o Brasil recolhe o equivalente a 24% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em tarifas.  Isso não ajuda nosso desenvolvimento, principalmente quando a população percebe que o aumento no recolhimento de impostos não se reflete em aumento na oferta de serviços públicos, o que deveria acontecer em qualquer país que se julgue democrático e desenvolvido.  Pagar impostos sem ver resultados acaba sendo frustrante.  A Revolução Francesa começou assim. 

De acordo com o Representante Comercial dos EUA (US Trade Representative), os EUA são o segundo maior exportador para o Brasil, totalizando US$ 49,7 bilhões em 2024.  Isso representa um aumento de 11,3% em relação a 2023.  As principais exportações dos EUA para o Brasil incluem máquinas, caldeiras, combustíveis minerais, óleos, bebidas, e até reatores nucleares.  O Brasil exporta petróleo bruto, aeronaves, café, celulose e carne bovina para os EUA.  Brasil e EUA têm sido fortes parceiros comerciais há décadas.  

Em resposta a uma política global dos EUA para rever tarifas, muitos países fizeram o que normalmente fazem nessas ocasiões:  negociam.  O que o Brasil fez?  Pelo menos até agora, o Brasil reagiu com pirraça e ameaças, “devolvendo” a carta que recebeu dos EUA.  Uma resposta menos personalista e mais diplomática teria ajudado mais os brasileiros que produzem nossa riqueza, incluindo os contribuintes.

Portanto, é importante não confundir as coisas:

1) Os Estados Unidos iniciaram uma investigação sob a Seção 301 contra o Brasil, com foco nas barreiras comerciais digitais que são tidas como prejudiciais às exportações digitais dos EUA, incluindo plataformas como o Rumble.  Por sinal, o Rumble também tem problemas com a China e a Rússia por questões de moderação de conteúdo.   
2) A administração Trump iniciou um processo global de revisão de tarifas de comércio exterior, o qual também inclui o Brasil.  

Ou seja, a decisão política do governo alinhando o Brasil ao eixo “esquerdista” China-Rússia, enquanto antagoniza os EUA por ser “ocidental e de direita” acaba colocando nosso país em uma posição pequena que não corresponde à grandeza necessária para manter relações comerciais versáteis em um mundo globalizado em rápida transformação. 

Da forma mais construtiva possível, sabemos que o Brasil se fortaleceria globalmente se reduzisse o arcabouço fiscal, a corrupção, a inflação, e o tamanho de nossa máquina administrativa.  Isso atrairia investidores, os quais também são responsáveis pela décima posição do PIB brasileiro no mundo.  Se o Brasil pensa em apoiar uma “Moeda BRICS” isso é o mínimo a ser feito para dar credibilidade à tal moeda. 

Enfim, nossos problemas talvez sejam resolvidos no dia em que existir menos ideologia, menos egoísmo e um compromisso maior com aquilo que faz os seres humanos e os países crescerem: um pouquinho mais de maturidade.

Jonas Rabinovitch. Arquiteto urbanista com 30 anos de experiência como Conselheiro Sênior em inovação, gestão pública e desenvolvimento urbano da ONU em Nova York. 

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