Investigações conduzidas pelas autoridades sul-coreanas indicam que os pilotos do voo Jeju Air 2216, que caiu em 29 de dezembro de 2024 e causou a morte de 179 pessoas, desligaram o motor errado após uma colisão com aves pouco antes do pouso. A informação foi obtida pela agência Reuters junto a uma fonte com conhecimento direto da apuração, ainda sem relatório oficial divulgado.

De acordo com os dados preliminares, os comandantes da aeronave teriam desativado o motor esquerdo, que apresentava menor dano, ao invés do motor direito, que foi o mais afetado pelo impacto com as aves. A investigação, liderada pelo Conselho de Investigação de Acidentes de Aviação e Ferrovias da Coreia do Sul (ARAIB), baseia-se em registros do gravador de voz da cabine, dados técnicos do computador de bordo e um interruptor do motor localizado entre os destroços em maio.

A tragédia, ocorrida no Aeroporto de Muan, é o acidente aéreo mais mortal já registrado em solo sul-coreano. Apesar das informações reunidas até agora, o relatório final oficial é esperado para ser divulgado até o fim de 2025, conforme normas internacionais que preveem até um ano para a conclusão das apurações.

Apesar das evidências técnicas mencionadas, representantes das famílias das vítimas e o sindicato dos pilotos da Jeju Air manifestaram oposição à divulgação pública de trechos do relatório preliminar. Eles argumentam que a versão atual sugere responsabilidade exclusiva dos pilotos, sem considerar outros fatores cruciais, como o projeto do aterro ao lado da pista e a resistência dos motores. Segundo o sindicato, a ARAIB estaria "enganando o público" ao minimizar os danos no motor esquerdo e transformando os pilotos em "bodes expiatórios", sem apresentar provas científicas de que o pouso seria viável com apenas um motor operacional.

Restos de aves foram encontrados em ambos os motores, conforme revelou um relatório anterior divulgado em janeiro, mas sem detalhar a extensão dos danos em cada unidade. A Jeju Air declarou que está colaborando com a investigação e aguarda os resultados finais.

Enquanto isso, o órgão de investigação cancelou a coletiva de imprensa que revelaria atualizações sobre o caso após protestos dos familiares, que exigem um processo transparente e justo, com apuração completa de todos os fatores que contribuíram para o desastre.

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