Um vídeo publicado nas redes sociais pelo deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi peça-chave para a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de decretar nesta segunda-feira (4/8) a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No conteúdo divulgado, Bolsonaro aparece participando virtualmente de um ato em apoio à anistia para os envolvidos nos eventos do 8 de janeiro de 2023.

Ao utilizar um telefone celular e interagir com o público por meio de aliados, Bolsonaro violou novamente uma das medidas cautelares impostas por Moraes. Para o ministro, trata-se de uma conduta deliberada e reincidente que configura tentativa de obstrução da Justiça e coação contra o STF.

“A Justiça é cega, mas não é tola. O réu que descumpre deliberadamente as medidas cautelares — pela segunda vez — deve sofrer as consequências legais”, escreveu Moraes no despacho, ao justificar a prisão domiciliar.

O vídeo foi gravado durante manifestação ocorrida no último domingo (3/8), em Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro. Durante o ato, Bolsonaro falou por telefone com seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), agradecendo o apoio dos manifestantes:

“Obrigado a todos. É pela nossa liberdade. Pelo nosso Brasil. Sempre estaremos juntos.”

A gravação do telefonema foi publicada nas redes sociais e, posteriormente, apagada por Flávio. No entanto, a exclusão do conteúdo foi interpretada por Moraes como tentativa de “ocultar a transgressão legal”. Segundo ele, houve uma ação coordenada e consciente para produzir “material pré-fabricado” que incentivasse apoiadores a continuar pressionando o STF.

• AO VIVO: Bolsonaro é preso no mesmo dia em que surge 'bomba’ contra Moraes (veja o vídeo)

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O próprio Bolsonaro já conhece o livro: