No Brasil de Moraes, presidiários têm celular e ex-presidente é preso por usá-lo

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Num país onde criminosos comandam facções de dentro dos presídios usando celulares, o ministro Alexandre de Moraes decidiu prender Jair Bolsonaro por supostamente usar... um celular. A ironia beira o absurdo ou revela o estado avançado de perseguição política no Brasil.

Enquanto presos fazem ligações, lives e ordenam crimes de dentro das cadeias, um ex-presidente é tratado como criminoso por se comunicar como qualquer cidadão livre. A prisão domiciliar imposta a Jair Bolsonaro expõe a seletividade da justiça brasileira: dura com adversários, leniente com bandidos.

O momento da decisão também chama atenção, pois Moraes decretou a prisão justamente no dia em que vieram à tona graves denúncias da Vaza Toga, escândalo que expõe abusos de integrantes do Judiciário ditetamente ligados ao próprio Moraes. Para muitos, a manobra visou abafar o noticiário e desviar o foco.

O Brasil precisa escolher: será uma democracia real ou um regime em que os criminosos têm mais direitos que os opositores?

Foto de Henrique Alves da Rocha

Henrique Alves da Rocha

Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe.