O recado das ruas e a responsabilidade do Congresso

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“O que vai acontecer agora?”

Essa pergunta tem ecoado por onde passo, nas ruas, nas redes sociais, nos grupos de conversa. Após o dia 3 de agosto, marcado por manifestações massivas em defesa da liberdade e da Constituição, o Brasil está diante de uma encruzilhada. Ou o Congresso escuta o clamor popular, ou enfrentará um impasse institucional de grandes proporções.

O primeiro passo é recuperar a credibilidade nacional. Isso começa pelo Senado. Dos 81 senadores da República, 34 já demonstraram disposição para avançar com o pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, um número expressivo, que deixa clara a força da pressão popular. A eventual perda de mandato depende de 54 congressistas, além da decisão do comando da Casa para pautar o pedido.

Agora, cabe ao Congresso assumir sua responsabilidade histórica diante do país. É dever patriótico de cada cidadão pressionar seus representantes, com civilidade, mas com firmeza. Não se trata de atacar instituições, mas de cobrar daqueles que violam os próprios juramentos constitucionais, o pedido de prisão em desfavor a Jair Bolsonaro, deixa claro a manobra de ocultação em virtude da apresentação de novos elementos do vaza toga 2, vazamento é estes que deixam bem claro a anomia jurídica praticada pelo ministro sobre os injustiçados do oito de janeiro.

Outro importante passo é a anistia. O presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, precisa pautar com urgência a proposta de anistia ampla aos manifestantes presos após os atos de 8 de janeiro. O que vimos naquele episódio foi um uso desproporcional da força e a criminalização de cidadãos que estavam de joelhos, com bandeiras e Bíblias, não com armas. Golpe sem armas não é golpe; é narrativa.

Temos pessoas presas, exiladas e até mortas por uma construção jurídica artificial, sustentada por um clima de perseguição política. O Brasil precisa virar essa página. E isso só será possível com uma resposta firme e imediata do Congresso. Se a voz das ruas for novamente ignorada, setores organizados da sociedade já articulam uma paralisação nacional, puxada por caminhoneiros, produtores e trabalhadores indignados com os rumos do país.

A Constituição precisa voltar a ser respeitada. O povo brasileiro quer liberdade, democracia e respeito às regras do jogo, não um regime de exceção disfarçado de legalidade.

O momento exige coragem, responsabilidade e fidelidade ao povo brasileiro. Se o Congresso não agir, o povo agirá. Já deu seu recado nas ruas e não aceitará ser ignorado. Bandeiras do Brasil hasteadas nas janelas e a pressão organizada são apenas o começo. O Brasil exige respostas à altura da gravidade do momento.

Deputado Hugo Motta, paute a anistia. Senador Davi Alcolumbre, libere o impeachment. Dos senhores se espera compromisso com a justiça e com a nação. Se não tomarem providências, estarão abrindo mão de suas responsabilidades e transferindo ao povo o dever de reagir. E o povo, quando convocado, saberá o que fazer.

Reaja Brasil!

Foto de Bosco Foz

Bosco Foz

Jornalista, Gestor Público, Vereador em Foz do Iguaçu.

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