Vocês estão sabendo sobre um vídeo de um tal de Felca expondo abuso sexual de crianças e que a denúncia dele fez com que as redes sociais do denunciado fossem banidas  totalmente?

Então, mas quem é Felca?

Não sei, mas foi ele quem cumpriu o papel que nós, psicólogos, não cumprimos.

Diante disto não consigo parar de lembrar do debate de ontem para as nossas eleições do Conselho Regional de Psicologia.

Em que momento, você viu questionarem os debatedores sobre pedofilia?

Você escutou a palavra suicídio?

E questionarem sobre medicamentos antidepressivos e a indústria farmacêutica e seus interesses econômicos?

Ouviram sobre meios para se combater à violência nas escolas?

Ouviram a palavra bullying?

Não, absolutamente, nem um pio.

Mas ouviram mais de cinco vezes a expressão racismo ambiental.

Psicólogos que sabem perguntar, anonimamente, sobre tudo mas que não conhecem a palavra saúde mental.

Depois, reclamam que perderam espaço para leigos.

O que fizeram/fizemos de nossa profissão?

Onde estávamos que não vimos isto solapar as nossas prerrogativas a conta gotas?

Pedofilia, bullying, suicídio e antidepressivos são pautas menores, menos importantes para o pensamento?

Sinto muito, mas a culpa é sua, é minha, e de todos os psicólogos que não têm a coragem de um Felca da vida.

Felcas são mais psicólogos do que nós.

E, a todo momento, com a vida em rede social, outros irão fazer o papel que nós nos acovardamos.

Psicologia é para gente corajosa e que enfrenta a doença mental individual e social em primeiríssimo lugar.

De que adianta um psicólogo que esbraveja racismo ambiental, racismo estrutural, racismo educacional se não foca na DOENÇA MENTAL causadora de todas as mazelas?

Não adianta botar o termômetro pra ver a febre, é preciso saber a origem da infecção e parar de dar dipirona quando o corpo exige antibiótico.

É uma triste realidade, mas Felca fez mais do que milhares de psicólogos do Brasil.

E ainda reinvindicam  reconhecimento da sociedade.