Doutrinação ideológica: Universidade Federal de Sergipe propõe redação vinculando o nazismo à direita, aos conservadores e ao bolsonarismo

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A Universidade Federal de Sergipe (UFS), em seu vestibular EAD (ensino à distância) 2025, realizado no domingo 10 de agosto de 2025, propôs uma redação onde vincula o nazismo e o consequente aumento de células neonazistas no Brasil à direita, ao conservadorismo e ao bolsonarismo, em especial no pós 2019, governo Jair Bolsonaro.

Essa tentativa da Universidade Federal de Sergipe, em seu vestibular EAD, de vincular o crescimento de células neonazistas no Brasil ao bolsonarismo é não apenas infundada, mas também reveladora do viés ideológico que impera em muitas universidades públicas. Não há qualquer prova concreta ou estudo sério que sustente tal associação. Pelo contrário, historicamente, o nazismo é uma ideologia de raiz socialista; o próprio nome do partido de Hitler era Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, e compartilha com a esquerda traços como o estatismo autoritário, o controle centralizado da economia e a supressão de liberdades individuais.

Curiosamente, regimes de inspiração socialista e comunista foram aliados diretos de Hitler no início da Segunda Guerra, como demonstrado pelo Pacto Molotov-Ribbentrop entre a Alemanha Nazista e a União Soviética. Essa proximidade ideológica é frequentemente omitida nos ambientes acadêmicos, onde a narrativa dominante procura associar movimentos conservadores a ideologias totalitárias da esquerda.

Ao impor uma relação inexistente entre bolsonarismo e nazismo, a UFS deixa claro que não está promovendo o pensamento crítico, mas sim reforçando uma visão política específica, transformando a avaliação acadêmica em instrumento de seleção ideológica. Em vez de estimular o debate plural, essas práticas desrespeitam a liberdade intelectual e reduzem a universidade a um palco de proselitismo político-ideológico.

Diante da intensa repercussão negativa e da forte pressão exercida por milhares de internautas nas redes sociais, a UFS se viu obrigada a cancelar a prova de redação, menos de 48 horas depois de aplicada, evidenciando que a sociedade não está mais disposta a aceitar passivamente esse tipo de manipulação ideológica disfarçada de avaliação acadêmica.

Foto de Henrique Alves da Rocha

Henrique Alves da Rocha

Coronel da Polícia Militar do Estado de Sergipe.