O influenciador digital Hytalo Santos e seu marido, Israel Nata Vicente, foram presos nesta sexta-feira (15) em São Paulo, em cumprimento a mandados expedidos pela 2ª Vara da Comarca de Bayeux, na Paraíba. Segundo o Ministério Público da Paraíba (MPPB), as investigações apuram crimes de tráfico humano e exploração sexual infantil.

Em nota, o MPPB destacou que as apurações vêm sendo conduzidas “com rigor técnico e absoluto respeito aos direitos e à dignidade das vítimas, especialmente crianças e adolescentes”. O órgão também alertou que o vazamento de informações sigilosas e a adoção de medidas civis paralelas têm prejudicado o andamento da investigação e podem expor as vítimas a novos riscos.

A prisão foi realizada por policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) de São Paulo, com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF). A operação é conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MPPB, em parceria com o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Civil da Paraíba — por meio da UNINTEPOL e da DECC — e com o CIBERLAB da Secretaria Nacional de Segurança Pública.

O Ministério Público reforçou seu compromisso com a proteção de crianças e adolescentes e convocou a sociedade a colaborar por meio de denúncias responsáveis e preservação da dignidade das vítimas.

Hytalo Santos está sob investigação desde 2024, acusado de explorar menores e violar o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As denúncias chegaram via “Disque 100” e por relatos de vizinhos sobre festas com bebidas alcoólicas e conteúdo de conotação sexual envolvendo crianças e adolescentes.

A Justiça da Paraíba já havia determinado a suspensão de todos os perfis do influenciador nas redes sociais, a proibição de contato com os menores citados e a desmonetização de seus conteúdos. Mandados de busca e apreensão recolheram eletrônicos para análise pericial, e os pais dos adolescentes também são investigados por possível omissão na proteção dos filhos.

Na quinta-feira (14), a defesa de Hytalo negou as acusações, afirmando que ele “sempre agiu dentro da lei” e que todo o material com menores foi gravado com “autorização legal e acompanhamento dos responsáveis”, alegando ainda que as adolescentes citadas são emancipadas. 

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