A adultização de crianças e o cavalo de Troia da esquerda
19/08/2025 às 19:39 Ler na área do assinanteDenúncia legítima pode estar sendo usada como pretexto para censura e controle das redes sociais.
Nos últimos dias, um vídeo-denúncia tomou conta das redes sociais, alcançando mais de 35 milhões de visualizações. O tema é gravíssimo: a chamada adultização do criador de conteúdo digital Felca. Mais do que um debate semântico, estamos falando de algo que deve chocar qualquer pessoa de bem: pedofilia. O uso de crianças em contextos eróticos, de forma explícita ou velada, é crime e deveria mobilizar toda a sociedade.
Mas o que me chama atenção não é apenas o conteúdo em si. É o timing. Por que agora? Por que esse tema explode justamente neste momento, com essa dimensão inédita? Não é segredo que a direita sempre denunciou casos assim, que sempre esteve atenta a esse tipo de desvio moral. Basta lembrar da CPI da Pedofilia, conduzida com brilhantismo pelo senador Magno Malta, quando criminosos foram expostos em rede nacional.
Também não é de hoje que apontamos exemplos claros de exploração de menores. Eu mesmo já mencionei o caso da MC Melody, que ainda criança foi empurrada para um cenário de hipersexualização precoce. Essas denúncias, porém, nunca ganharam a mesma repercussão que agora. Por quê?
A resposta parece estar na política. Enquanto o Senado discute o impeachment de Alexandre de Moraes, enquanto a Câmara debate temas como a anistia e o fim do foro privilegiado, de repente surge um escândalo que captura toda a atenção pública. Coincidência? Difícil acreditar.
Esse é o ponto central: o tema legítimo da defesa da infância pode estar sendo usado como cortina de fumaça. Pior: como cavalo de Troia para a pauta autoritária da esquerda, que há anos sonha em controlar as redes sociais. Eles sequer escondem: está nos planos de governo, como no de Haddad em 2020, a ideia de “regular”, ou seja, censurar, o ambiente digital.
O perigo é claro. O vídeo-denúncia pode servir de justificativa para que o consórcio político-midiático avance com a narrativa de que “é preciso regular as redes” para “proteger as crianças”. Todos sabemos aonde isso leva: censura, perseguição, sufocamento do debate público. E tudo isso às vésperas de um ano eleitoral que promete ser um dos mais acirrados da nossa história.
Defender nossas crianças, sim. Mas jamais permitir que esse tema tão sério seja sequestrado por interesses escusos. O que está em jogo não é apenas a proteção da infância, mas a liberdade de expressão no Brasil. E é dever da direita, como sempre foi, denunciar essa farsa antes que seja tarde.
Bosco Foz
Jornalista, Gestor Público, Vereador em Foz do Iguaçu.
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