Gilmar se manifesta sobre mensagens de Bolsonaro envolvendo seu nome

O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), comentou nesta segunda-feira (25/8) as mensagens reveladas pela Polícia Federal (PF) em que Jair Bolsonaro orienta o filho, deputado Eduardo Bolsonaro (PL), a não atacá-lo publicamente. Segundo Gilmar, não há conversas recentes com o ex-presidente, mas ele reconheceu que já foi procurado por ele em diferentes ocasiões no passado e ressaltou que mantém diálogo com representantes de várias correntes políticas.

Nas trocas de mensagens divulgadas pela PF, Bolsonaro disse a Eduardo que vinha mantendo contatos com integrantes do STF e pediu que o parlamentar evitasse críticas ao ministro.

Gilmar Mendes esclareceu que, embora tenha conversado com Bolsonaro em outros períodos, não houve diálogos recentes. Ele afirmou que, por receber interlocutores de diferentes lados políticos, Bolsonaro pode ter orientado o filho a poupá-lo de críticas.

“Talvez porque eu sou um interlocutor”, declarou o ministro após participar de um seminário promovido pelo grupo Esfera, em São Paulo.

De acordo com o relatório da PF, em 27 de junho Eduardo enviou três arquivos ao pai, cujo conteúdo não foi recuperado. O deputado perguntou se poderia compartilhar o material, mas Bolsonaro recusou, dizendo:

“Não. Esqueça qualquer crítica ao Gilmar”.

Na mesma conversa, Bolsonaro afirmou que “tem conversado com alguns” ministros do STF, mencionando que muitos demonstram preocupação com sanções externas. A fala ocorreu antes da entrada em vigor da chamada lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.

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