A defesa de Mariana Volf Pedro, de 17 anos, filha do jornalista Oswaldo Eustáquio, protocolou no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido para que ela possa voltar a usar redes sociais. A solicitação foi feita na semana passada e, segundo os advogados, está vinculada a uma proposta profissional sem relação política.

De acordo com a petição, Mariana recebeu convite para divulgar produtos da empresa Ourocaps, fabricante de suplementos encapsulados. Entre os itens mencionados estão gomas de Ômega 3 direcionadas a crianças e adolescentes e uma linha de crescimento capilar, classificados como de natureza “estritamente comercial e lícita”.

Os advogados destacam que a oportunidade representa fonte relevante de renda e pode contribuir para o sustento da família e para a independência financeira da jovem. Eles lembram ainda que Mariana está submetida a medidas cautelares impostas pelo STF, incluindo bloqueio de contas bancárias e apreensão de celular em operação da Polícia Federal realizada no ano passado.

Em fevereiro deste ano, a defesa já havia questionado a legalidade do bloqueio dos recursos de Mariana, alegando que a medida seria desproporcional e violaria princípios básicos de direitos humanos, já que a jovem não é investigada em nenhum dos inquéritos da Corte.

Mesmo assim, ao justificar a manutenção das restrições, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que as garantias individuais da filha de Eustáquio não poderiam servir de “escudo protetivo” para atividades ilícitas. Segundo a Polícia Federal, ela teria repassado valores ao pai, o que justificaria a cautela.

Oswaldo Eustáquio, atualmente residindo na Espanha, é acusado de envolvimento na tentativa de golpe de Estado e apontado como um dos articuladores dos atos de 8 de janeiro de 2023. Apesar dos pedidos de extradição feitos pelo governo brasileiro, a Justiça espanhola rejeitou as solicitações e assegurou sua permanência no país europeu.

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