
A condenação de Bolsonaro e o fim da democracia no Brasil
01/09/2025 às 18:50 Ler na área do assinante
O julgamento de Bolsonaro marca mais uma fase no processo de criminalização da oposição, iniciado antes mesmo de sua posse.
A revolta popular, iniciada em 2013 e culminando com a eleição de Bolsonaro, representou a maior ameaça existencial que o establishment brasileiro já enfrentou.
Para descondenar o grupo que saqueou o país e blindar o sistema, seria necessário destruir o movimento de refundação nacional, representado pelo chamado “bolsonarismo”.
O processo começou pela mídia aparelhada, que tratou a própria candidatura do ex-presidente como ameaça direta à democracia. Quem não se lembra das infinitas manchetes alertando sobre a “volta da ditadura”, com perseguições a negros, gays e outras minorias? Obviamente, nada disso aconteceu no governo Bolsonaro. Ao contrário, a violência contra todos os grupos diminui.
Depois da posse, veio o Ato Institucional que deu superpoderes ao Supremo — chamado de Inquérito das “Fake News”. Um ministro chegou a comparar o bolsonarismo ao nazismo. O objetivo era evidente: justificar TODAS as arbitrariedades cometidas contra o governo eleito e seus apoiadores.
Além de amarrar as mãos de Bolsonaro com sistemáticas decisões que atropelavam não apenas o Executivo, mas também o Legislativo, o Supremo deu início ao “salvamento da democracia” — que logo se transformou em censura em massa e perseguição a qualquer apoiador do ex-presidente, invariavelmente tratado como integrante de uma “milícia digital”.
Inquéritos abertos de ofício, “legalizados” pelo Ato Institucional das Fake News, resultaram na derrubada de perfis, desmonetizações, buscas e apreensões, bloqueios de contas bancárias, cancelamentos de passaportes e prisões. Sempre seguidos pelo linchamento midiático promovido pelos militantes de redação — Globo à frente — prontos a justificar todas as arbitrariedades em nome da “defesa da democracia”. A Folha de S. Paulo chegou a chamar tudo isso de “heterodoxia” do Supremo, supostamente justificada pela “ameaça”.
Ora, é possível “salvar a democracia” instalando uma ditadura?
Enquanto isso, quase TODOS os políticos, empresários, doleiros e lobistas presos pela Lava Jato tiveram suas condenações ANULADAS. Lula foi descondenado e alçado novamente à presidência. O maior escândalo de corrupção da história do Brasil terminou em pizza.
O auge da censura ocorreu durante as eleições. Lula pôde chamar Bolsonaro de “genocida” — uma mentira escandalosa — em nome da liberdade de expressão. Já Bolsonaro foi proibido de chamar Lula de ladrão, mesmo após condenações em três instâncias, em dois processos diferentes, por corrupção e lavagem de dinheiro.
Um simples recorte de matérias jornalísticas expondo casos de corrupção dos governos petistas foi censurado por se tratar de “desordem informacional”. Um ministro chegou a dizer: as informações são verdadeiras, mas as conclusões são falsas. Um documentário sobre a facada em Bolsonaro sofreu censura prévia. Uma ministra, envergonhada, reconheceu que não poderia permitir a volta da censura no Brasil — mas abriu exceção por se tratar de um caso “excepcionalíssimo”.
Muita coisa pode ser dita sobre a censura nos últimos anos, menos que ela seja “excepcional”. Segundo Eduardo Tagliaferro, ex-censor chefe da Justiça Eleitoral, mais de 3.000 pessoas foram censuradas no Brasil pelas cortes superiores.
O escândalo da Vaza Toga revelou que o órgão de “combate à desinformação” da Justiça Eleitoral se transformou num aparelho de censura sistemática à direita. Em conversas entre Tagliaferro e assessores do ministro Moraes, fica claro que, muitas vezes, era o próprio gabinete do ministro quem solicitava relatórios para justificar ordens de censura, tudo ao arrepio do devido processo legal.
Quando Tagliaferro afirmou não ter encontrado nada ilegal em postagens da Revista Oeste, um assessor respondeu: “seja criativo” — ou seja, invente provas. Posteriormente, o mesmo órgão foi usado para um fichamento ideológico dos presos do 8 de janeiro, decidindo quem permaneceria preso ou não. Um ambulante, preso em frente a um quartel, recebeu uma “certidão positiva” apenas por ter criticado Lula em 2018 — e ficou 4 meses preso.
As conversas também revelaram alvos preferenciais, como Carla Zambelli. “Esse post é bom para ferrar com essa mulher”, disse um juiz auxiliar do ministro Moraes a Tagliaferro. Em qualquer democracia séria, tal comentário anularia todos os processos contra a parlamentar. No Brasil, a imprensa simplesmente ignorou o verdadeiro Gabinete do Ódio montado pelo Estado para caçar a oposição.
“Derrotamos o bolsonarismo”, declarou o presidente do Supremo, sem pudor algum, escancarando a parcialidade do processo eleitoral. E nem falemos da anulação do voto impresso, aprovado de forma quase unânime no Parlamento ainda em 2015, pois qualquer questionamento sobre o sistema eleitoral resulta no efeito “prendo e arrebento”.
A reação à tamanha injustiça levou centenas de milhares às portas dos quartéis após as eleições. Não foi desejo de ditadura militar, como a narrativa oficial insiste, mas um clamor pelo restabelecimento do Estado de Direito e das liberdades fundamentais.
Tudo explodiu no 8 de janeiro, com a invasão de prédios públicos desocupados — facilitada de forma estranhíssima. Era tudo que o establishment precisava para justificar, ex post facto, toda a repressão dos anos anteriores, invertendo causa e consequência.
Daí em diante, mais brutalidades: prisões em massa de manifestantes pacíficos, negação do juízo natural, processos sumários no Supremo sem direito a grau recursal, julgamentos conduzidos pelas próprias “vítimas”. Réus tiveram negado até o direito de defesa oral. Acusações sem individualização de condutas geraram penas de até 17 anos. Uma jovem cabelereira foi condenada a 14 anos por escrever com batom numa estátua. Para efeito de comparação, a pena média de homicídio simples no Brasil não passa de 9 anos.
Agora, querem prender Bolsonaro e seu círculo próximo por “tentativa de golpe”, baseando-se na delação de alguém submetido a longa prisão preventiva, com família ameaçada e depoimento alterado oito vezes. Em áudio vazado, ele confessa ter sido pressionado a dizer o que a acusação queria ouvir.
Apesar de indiciamentos e denúncias de caráter evidentemente político, até hoje não foi apresentada qualquer prova cabal de que Bolsonaro tenha ordenado ou participado dos atos de 8 de janeiro. Aliás, nem sequer estava em solo brasileiro quando os protestos ocorreram. O que há nos autos são apenas conversas e discussões sobre caminhos estritamente LEGAIS para contestar o resultado das urnas — algo inerente a qualquer democracia saudável. Apenas em regimes ditatoriais questionar eleições é tratado como crime.
Não por acaso, os EUA — maior democracia da história moderna — aplicaram sanções ao Brasil, inclusive com a Lei Magnitsky contra Moraes, por sistemáticas violações de direitos humanos. Entre os casos citados: um jornalista preso preventivamente por mais de um ano, mantido preso mesmo após manifestação do próprio Ministério Público pela ilegalidade da prisão. Hoje, ele vive com tornozeleira eletrônica.
Recentemente, o ministro Barroso tentou negar a imposição de uma ditadura judicial, dizendo que em ditaduras há tortura, mortes, censura e afastamento de pessoas por motivação política.
Só para citar alguns exemplos: Filipe Martins foi colocado em solitária por mais de uma semana — o que caracteriza tortura — e permaneceu preso por mais de seis meses por uma viagem que sequer realizou. “Clezão” morreu atrás das grades, mesmo havendo pedido do Ministério Público por sua soltura em razão do grave estado de saúde. Milhares de cidadãos foram censurados e presos sem o devido processo legal. Magistrados independentes, como a juíza Ludmila Grillo, foram afastados por pura motivação ideológica. Jornalistas vivem hoje no exílio, com países como Estados Unidos e Espanha reconhecendo a perseguição política. A lista de arbitrariedades é extensa e poderia facilmente preencher centenas de páginas.
Não se engane: não se trata apenas de condenar Bolsonaro e alguns aliados próximos. O verdadeiro objetivo do sistema é silenciar toda a oposição. Como não podem prender a todos, recorrem ao medo e à autocensura — o método clássico de todo regime totalitário.
Leandro Ruschel.

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