Em depoimento fulminante, ex-diretor do TSE acusa Moraes de forjar documentos em ação contra Luciano Hang

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Eduardo Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), acusou o ministro Alexandre de Moraes de falsificar relatórios para justificar uma operação contra empresários bolsonaristas, entre eles o empresário Luciano Hang. A denúncia foi feita nesta terça-feira (2) durante audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado Federal, onde Tagliaferro apresentou documentos que, segundo ele, comprovariam a irregularidade.

De acordo com o ex-assessor, o laudo técnico que embasou a operação realizada em agosto de 2022 teria sido produzido seis dias após a ação policial, embora estivesse datado de um dia antes. Tagliaferro afirmou que os metadados do arquivo demonstrariam que o documento, supostamente criado em 22 de agosto, foi na verdade elaborado no dia 28, após a execução da operação.

Em resposta às acusações, Moraes não comentou diretamente a alegação de fraude, mas declarou em nota que "diversas determinações, requisições e solicitações foram feitas a inúmeros órgãos, inclusive ao TSE, que, no exercício do poder de polícia, tem competência para a realização de relatórios sobre atividades ilícitas, como desinformação, discursos de ódio eleitoral, tentativa de golpe de Estado e atentado à Democracia e às Instituições".

O ministro do STF também afirmou que "todos os procedimentos foram oficiais, regulares e estão devidamente documentados nos inquéritos e investigações em curso no STF, com integral participação da Procuradoria-Geral da República". Moraes acrescentou: "Após a decisão do Ministro relator, em 19 de agosto, foi solicitado relatório para o TSE, que foi juntado aos autos no dia 29 de agosto, tendo sido dada vista imediata às partes."

A operação investigou empresários que trocaram mensagens em um grupo de WhatsApp com supostos conteúdos golpistas. Um dos alvos, José Koury, dono do Barra World Shopping, teria declarado preferir um golpe ao retorno do PT ao poder, afirmando que "ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil" caso o país se tornasse uma ditadura.

Durante seu depoimento, Tagliaferro revelou que ele próprio elaborou os laudos após a realização da operação, seguindo ordens do gabinete de Moraes. O ex-assessor exibiu capturas de tela de conversas por aplicativo que, segundo ele, seriam diálogos com Paulo Gonet, atual Procurador-Geral da República e então vice-procurador-geral eleitoral em 2022.

Em uma das mensagens apresentadas, Gonet teria pedido a Tagliaferro uma relação de decisões sobre remoção de conteúdos nas redes sociais, escrevendo: "Se houver registro das [publicações] que foram mantidas, seria ainda melhor". Tagliaferro também mostrou conversas com um assessor identificado como Lucas, supostamente ligado à Procuradoria-Geral Eleitoral.

Nessas trocas de mensagens, Lucas teria contatado Tagliaferro "sobre um assunto que o Dr. Paulo tratou com o Ministro Alexandre [de Moraes] hoje mais cedo". Os prints exibidos indicariam que essas comunicações continuaram até março de 2023.

Em uma das conversas, um assessor teria escrito a Tagliaferro: "Levantamos os processos, agora vamos pegar as decisões para o senhor".

A audiência, conduzida pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), ocorreu no mesmo dia do início do julgamento pelo STF da suposta trama golpista durante o governo Bolsonaro. O parlamentar anunciou que enviará a documentação apresentada ao presidente do Supremo, Luís Roberto Barroso, com pedido de suspensão do julgamento em curso.

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da Redação