
A intervenção federal em Chicago e a nova desonestidade do Partido Democrata
09/09/2025 às 06:26 Ler na área do assinante
Escrevo sobre política americana desde 2018. É tempo suficiente para todos saberem o que penso do Partido Democrata. Além do cinismo desonesto que acompanha qualquer agremiação de esquerda, é o lar do antiamericanismo por excelência. Seus integrantes nutrem um desprezo mal confessado pelos valores basilares dos Estados Unidos – e pela verdade também.
A nova desonestidade dos democratas? Culpar Indiana, Mississipi e Missouri – ambos estados governados por republicanos – pela criminalidade desenfreada em Illinois, especialmente na cidade de Chicago. O prefeito da cidade, Brandon Johnson, declarou que ‘’para cada tiroteio no município, há um traficante de armas no Mississipi lucrando’’. Um dos senadores do estado, Dick Durbin, disse haver ‘’muitas armas em Chicago vindo de outros locais’’ e que ‘’Trump eliminou as pessoas que garantiam que os traficantes de armas sejam responsabilizados’’.
Isso não é piada – se fosse, seria de péssimo gosto. Dois políticos da maior nação do planeta agem como politiqueiros de uma República das bananas, líderes de um DCE qualquer. Pior o caso de Brandon Johnson: ele é prefeito de Chicago, tem a caneta na mão e poder para solucionar – ou ao menos diminuir – o problema. Além de mentir acerca da verdadeira causa da criminalidade em sua cidade, ele e o senador Durbin culpam os opositores. É realmente patético.
Para começo de conversa, os democratas não têm o direito de culpar quem quer seja pela violência em Chicago. O último prefeito republicano que a cidade teve foi William Hale Thompson, que governou a cidade entre 1927 e 1931 – é quase um século de hegemonia azul. Mesmo que se considere as metamorfoses ideológicas que sofreram os dois grandes partidos, houve tempo suficiente para dar um basta no crime. Além disso, o federalismo americano garante a estados e municípios um papel preponderante na atuação do Estado em suas atribuições, e a segurança dos cidadãos é uma delas. Por fim, a explosão da criminalidade é resultado direto da teorização do banditismo como força revolucionária pela Escola de Frankfurt, cujos intelectuais são idolatrados pela esquerda americana – o que explica o tratamento dos bandidos como ‘’vítimas da sociedade’’.
Antes que algum engraçadinho diga que estou exagerando, basta a leitura de ‘’O Homem Unidimensional’’ para atestar como a esquerda seguiu à risca o conselho de Herbert Marcuse ao abraçar os criminosos para a sua engenharia social macabra. Não é invenção alguma.
O resultado não poderia ser outro: Chicago é a décima cidade mais violenta dos EUA com uma taxa de 24 homicídios por 100 mil habitantes. Aliás, vale lembrar que 19 das 20 cidades mais violentas do país são administradas pelos democratas – Detroit tem um prefeito independente. O Partido Democrata tem zero autoridade para poder falar em combate ao crime.
A verdade é que os democratas estão num profundo descrédito: 60,5% dos americanos têm uma visão desfavorável do partido. Como poderia ser diferente com lideranças políticas tão fracas e o legado tenebroso do governo Biden? A agremiação que dizia defender a classe trabalhadora acabou abandonando os trabalhadores ao virar as costas para as suas demandas e abraçar incondicionalmente a agenda progressista. Que tipo de identificação poderá ter o americano comum com um representante mais preocupado em corrigir piadas politicamente incorretas ou mudar a gramática para não ofender as tais minorias? As pessoas querem emprego e qualidade de vida, não uma palestra sobre algum tema inútil de um acadêmico de Harvard.
Sem a classe trabalhadora, o que resta ao Partido Democrata? Os millennials? Pode fazer sentido se você concorre num local como Califórnia ou Vermont, mas em estados com uma população que sofreu os impactos da crise financeira de 2008 ou dos tratados comerciais desastrosos de Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama, é uma aposta arriscada. Não por acaso o presidente Trump abarcou uma quantidade nada desprezível de eleitores que votavam nos democratas há bastante tempo e conseguiu vitórias em estados como Michigan, Pensilvânia, Wisconsin e até mesmo Nevada – além de transformar a Flórida num estado solidamente republicano.
Pois bem, Trump já falou em realizar uma intervenção federal em Chicago para combater a criminalidade. A reação dos democratas foi previsível: chilique, inverdades e afetação teatral. Ora, se eles são as autoridades competentes e não resolveram o problema, cabe ao presidente parar com a conversa fiada e fazer alguma coisa – dentro dos limites impostos pela Constituição, óbvio. É o que se espera numa situação desse tipo, ou o partidarismo está acima da proteção dos cidadãos? J.B. Pritzker diz que o mandatário quer entrar em guerra com a cidade, omitindo convenientemente que ela já está – só que com a criminalidade. O governador de Illinois deve ficar realmente preocupado em ver alguém consertar algo e não culpar seus opositores. Essa é a real insatisfação.
Como a grande mídia brasileira é mera sucursal do Partido Democrata, a versão do governador J.B. Pritzker será vendida como verdade do Evangelho por Guga Chacra, Lourival Sant’Anna e tutti quanti. O primeiro, aliás, publicou um artigo em que diz que ninguém antes de Donald Trump contestava os alicerces democráticos do país e as instituições eram respeitadas. É mesmo, cara pálida? Quando a Receita Federal americana bisbilhotou o Tea Party no governo Obama e o FBI espionou católicos tradicionalistas – destaque para um padre da FSSPX – de forma ilegal, o sr. Guga falou alguma coisa? Obama e Biden eram estadistas totalmente imaculados?
Ah, deve ser teoria da conspiração. Eis a típica desonestidade esquerdista.
Carlos Júnior
Jornalista