Por favor, senhores! Ou, aos poucos o barco vai afundando

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“Continuamos a ser a colônia, um país não de cidadãos, mas de súditos, passivamente submetidos às “autoridades” – a grande diferença, no fundo, é que antigamente a “autoridade” era Lisboa. Hoje, é Brasília”. (Roberto Campos).

No livro de Richard Stengel, “Você é o máximo”, ele nos informa, na página 233, sobre “A lei do Efeito”. Segundo ele, os cientistas sociais definem a “Lei do Efeito” como um processo pelo qual associamos características positivas a outras características positivas, muito embora elas possam não estar associadas”.

- “O exemplo clássico disso é a pesquisa que mostra que nós atribuímos inconscientemente dados positivos – tais como inteligência, gentileza e honestidade – às pessoas que consideramos bonitas”.

Esses pensamentos vem à nossa mente automaticamente, pois tudo o que é belo parece bom.

A “Lei do Efeito” também atinge o ser humano quando ele olha para os que ocupam cargos importantes: essa pessoa que alcançou cargos respeitáveis deve ter soberbos atributos, tais como: honestidade, justiça, confiança, mas lembremos o que a lei afirma em seus final: “essas características, na maioria das vezes, não estão associadas aos cargos ou a outras qualidades positivas”. É sempre muito importante nos lembrarmos disso.

Isto é: a associação é imediata, muito embora elas possam não estar associadas, não pertençam àquele que se apresenta como tal, como detentor daquelas qualidades que imaginamos que a pessoa possui porque ostenta o cargo. A “Lei do Efeito” age sobre todos nós, independente de classe social, cultura ou religião.

Assim, nós aceitamos as pessoas famosas sem pensar. Simplesmente aceitamos.

A publicidade, os marqueteiros, aproveitam esse aspecto da lei para vender objetos, carros, geladeiras e imagens fantasiosas de políticos e de pessoas que ocupam altos cargos.

- “Somos condicionados a pensar que qualquer objeto, ato, roupa, tique nervoso, associado às pessoas famosas é mais inteligente, mais “sexy”, mais feliz, mais divertida, mais interessante”.

Desse modo, um carro aparece ao lado de um cantor famoso, uma caixa de cereal traz uma foto de uma celebridade, um ator ou atriz utiliza um forno de micro-ondas. Sentimos desejos por esses objetos porque nutrimos sentimentos positivos por esses famosos e os desejos são transferidos para esses objetos. Dessa forma compramos e usamos algo que um famoso afirma que usa, adota, possui. Por tabela um pouco da fama deles passa para nós. Nos sentimos bárbaros, poderosos, um pouco ilustres. Esses são os sentimentos.

Os sociólogos afirmam que essa associação “marca” o produto, qualquer produto, seja um ser humano ou uma enceradeira. A “marca” é tudo. As qualidades que associamos inconscientemente aos famosos ou aos cargos passam, misteriosamente, ou são transferidos para o produto e nós pensamos que eles são os melhores e usando esses produtos ou admirando os cargos, nós também estamos no círculo fechado dos que são melhores e nos sentimos, sem pensar muito, satisfeitos com isso.

Vejamos agora 3 exemplos de que a coisa não é bem assim, isto é, a “Lei do Efeito” afirma em seu final que na maioria das vezes essas características positivas de cargos e produtos não estão associadas a características positivas que o detentor do cargo ou a pessoa famosa apresenta, como todos imaginam.

Um empresário cheio boas intenções monta uma escola modelo e a dota de livros (melhores), computadores, belas salas de aula, carteiras confortáveis, segurança, limpeza. Esse investimento exige ótimos profissionais comprometidos, sérios, competentes, mas, por um motivo ou outro, se os professores que vão orientar os alunos forem péssimos profissionais, o produto final isto é, o aluno formado naquela escola será um fracasso. A escola é a dos sonhos, tem tudo o que é necessário, mas os “profissionais” são amadores.

Uma ponte sobre um rio será construída. Os melhores matérias são comprados. Isso exige, para dirigir a construção, mais que um curioso, alguém que possua qualidades. Mas, por um motivo ou outro, tudo é entregue a um péssimo engenheiro, o resultado será desastroso, teremos uma ponte cheia de defeitos. O material é bom, mas o construtor é péssimo.

Um restaurante dotado de um ambiente limpo, agradável, que adquira os melhores ingredientes para preparar a comida dos frequentadores, exige um chef competente, mas, se por um motivo ou outro, for entregue a um amador, a comida sairá salgada ou insossa. Os ingredientes são ótimos, mas o cozinheiro é um desastre.

Os três exemplos nos remetem ao Supremo. Recebe quase um bilhão de reais do orçamento, (um dos maiores do mundo) para que 11 pessoas se dediquem a zelar pela Constituição da Nação. O que é de bom e de melhor no país está à disposição dos Ministros para que eles sirvam ao brasileiros: cargo vitalício, seguranças armados, fama, dinheiro não falta, acomodações especiais, servidores em dobro, dezenas de assessores para executar o que não fazem, penduricalhos de todos os tipos, festas, banquetes, viagens, entrevistas, são os novos astros da nação, tudo pago com o dinheiro dos pobres brasileiros que acordam às 4 da manhã para ganhar o pão de cada dia.

Assim como a escola com péssimos professores, a ponte que vai ser construída por engenheiros cujo desempenho deixa a desejar, o restaurante com o chef que não é bom por faltar-lhe os requisitos necessários ou almejados, o STF também tem um desempenho medíocre, porque contraria a lógica, as regras, porque tem elementos de má qualidade e assim produz consequências nocivas, funestas, desastrosas para o povo da Terra dos Papagaios.

Culpados não são o prédio da escola, a ponte que vai ser construída, o restaurante luxuoso, nem o edifício onde fica o STF. Culpados são as pessoas que ocupam os cargos que não deveriam ocupar e trabalham nestes estabelecimentos.

Vejamos como isso ocorre e quem são esses elementos maléficos que, por um motivo ou outro, confiscaram e atuam no STF como deuses que não são.

Relembremos quais são os requisitos que a Constituição exige para ser Ministro do STF:

- Ser brasileiro nato; ter entre 35 e 70 anos; ter notável saber jurídico; possuir reputação ilibada.

Notem que são 4 itens e nenhum destes itens podem ser desprezados.

Mas as autoridades que indicam os ardilosos advogados, amigos pessoais, para os cargos de Ministros que vão operar no STF, esquecem os dois últimos itens: notável saber jurídico, isto é, um profundo conhecimento do direito e do sistema judiciário; e reputação ilibada – significa ter uma reputação integra, honesta, sem manchas morais, não ter ideologia e muito menos afirmar que é comunista.

Nenhum dos Ministros do Supremo possuíam notável saber jurídico quando foram indicados. Os títulos que hoje ostentam, em sua maioria, foram adquiridos durante os cargos de Ministros. Falemos de alguns:

- Dias Toffoli – Foi reprovado em dois concursos para juiz. Era advogado do PT. Tornou-se Ministro do Supremo e com uma canetada acabou de enterrar a operação Lava Jato que o ministro Edson Fachin havia iniciado anulando as condenações de Lula, declarando parcialidade do ex-juiz Sergio Moro nos processos, inocentando todos os culpados.
- Barroso (Presidente do Supremo) – Quando atuava como advogado foi escolhido por Lula para defender o assassino confesso Cesari Battisti, terrorista italiano condenado a prisão perpetua na Itália, fugiu para o Brasil. Barroso jurava que o homem era inocente. E assim o terrorista ficou 9 anos no Brasil sendo sustentado pelos brasileiros, comendo do bom e do melhor e desfrutando das praias da Bahia. Barroso rapidamente obteve dos petistas/lulistas/socialistas o epiteto de “sábio” e ascendeu ao cargo de Ministro Supremo. Outro dia afirmou que vai “recivilizar o Brasil”. A última notícia sobre ele é que possui uma “casinha” nos EUA avaliada em 22 milhões.
- Zanin – Advogado pessoal de Lula. (Sem comentários, pois este ato imoral de nomear o próprio advogado como Ministro do Supremo só poderia acontecer na Terra dos Papagaios)
- Carmem Lúcia – Era procuradora do Estado de Minas Gerais. Foi indicada por Lula em 2006. A Ministra afirmou em 26 de junho de 2025 que é preciso “impedir que 213 milhões de pequenos tiranos soberanos [em referência à população brasileira] dominem os espaços digitais no Brasil”. Quando o MST e o movimento Levante Popular da Juventude, todos ligados ao PT, picharam e vandalizaram o prédio onde Carmem Lucia morava, ela não chamou ninguém de terrorista, muito menos que queriam derrubar o Supremo;
- Flávio Dino – Comunista de carteirinha, ex-juiz, ex-governador, ex-senador. É uma espécie de ex-tudo. Por onde passou o estrago ficou. Mais um indicado por Lula. É o Ministro das esquerdas. O homem de confiança de Lula.
- Alexandre de Moraes – Nomeado por Temer em 2017. É acusado de nepotismo, interferência política, repressão política, abuso de poder e implantação de uma ditadura do judiciário na Terra dos Papagaios.
- Luiz Fux – É o único juiz de carreira e possui um equilíbrio razoável.

Agora dê uma gargalhada: todos vão julgar Bolsonaro. Todos são inimigos declarados de Bolsonaro. Todos já deram declarações condenando Bolsonaro. Dando uma de ingênuo ou querendo enganar o povo, disse o jurista amigo e admirador dos atos dos Ministros, Gustavo Sampaio, que aparece todos os dias nos canais de notícia, professor da Universidade Federal Fluminense (UFF):

- “A presunção constitucional é que todos ajam como magistrados, imparciais, neutros, no trilho do devido processo legal”.

Dê outra gargalhada de desprezo e pergunte: - Imparciais? Neutros? Processo legal?

Nenhum desses Ministros deveriam estar julgando ninguém. Todos deveriam estar afastados por um motivo muito simples: todos eles possuem processos de impeachment no Senado. Não são e não foram julgados.

Repito a manchete resumida do Poder360 de 26 de julho de 2025:

- “Já são 70 os pedidos de impeachment contra ministros do STF.

Alexandre de Moraes puxa a fila, com 29 requerimentos; O presidente do Supremo, Roberto Barroso, aparece em seguida, com 19 pedidos de destituição. Gilmar Mendes (7), Dias Toffoli (4), Edson Fachin (4), Flávio Dino (3), Carmen Lúcia (3) e Luiz Fux (2) completam a lista. Dos 11 ministros que compõem o tribunal atualmente, só 3 não têm pedidos de impeachment contra si: André Mendonça, Nunes Marques e Cristiano Zanin.

De novo pergunto: - Por que não são afastados para responder pelos crimes imputados a eles? Vejam o ítem “reputação ilibada”! Um ministro do Supremo acusado de crimes? Do Supremo? Isso é impensável em qualquer país!

Deveria ser imediatamente afastado, pois a afeta toda justiça da nação!

É uma vergonha perante o mundo civilizado e democrático que um país tenha ministros do Supremo, aqueles que representam a justiça maior, impedidos de entrar em outro país, acusados de abuso de poder, de perseguição...

Esses mesmos elementos que vão julgar Bolsonaro são os que julgaram e condenaram todos aqueles que se revoltaram contra as injustiças que acontecem no país e são acusados de tramar um golpe, mas o que todos viram foi arruaça e depredação de prédios. Esses acusadores e julgadores são os mesmos que libertaram Lula!

A “Lei do Efeito” enfeitiça o país e impede que a grande maioria vislumbre os crimes do Supremo e a catástrofe que se abaterá sobre todos: os que observam o desastre e a grande maioria que se acha o “máximo”.

Por favor, senhores, antes que o barco afunde de uma vez, eu os convido a meditar nas palavras de Carolina Rochamonte, em seu texto publicado no site O Antagonista, em 05/09/2025:

- “O tribunal que descondenou Lula tem moral para condenar Bolsonaro”?

O STF, embora juridicamente habilitado para conduzir o julgamento da chamada, “trama golpista”, enfrenta um déficit de legitimidade moral. Sua responsabilidade na atual crise institucional não pode ser ignorada: ao relativizar a punição de corruptos e ao se colocar como ator político, o tribunal contribuiu para a erosão do tecido democrático.

É no mínimo irônico que a mesma corte que ajudou a minar a confiança dos brasileiros na justiça se autoproclame agora a defensora maior da ordem democrática.

Esse impasse nos convida à reflexão: uma instituição legalmente válida, mas moralmente desacreditada, é capaz de cumprir o papel de restaurar a ordem e assegurar a democracia? O STF tem legitimidade ética para o julgamento em curso ou seus desvios já fazem dele apenas o espetáculo de um exercício de poder formal, incapaz de reconciliar a sociedade com seus próprios fundamentos? (Carolina Rochamonte – O Antagonista).

Foto de Carlos Sampaio

Carlos Sampaio

Professor. Pós-graduação em “Língua Portuguesa com Ênfase em Produção Textual”. Universidade Federal do Amazonas (UFAM)