ONU aprova resolução que defende governo palestino sem controle do Hamas
13/09/2025 às 09:19 Ler na área do assinanteA Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução que defende um governo palestino sem controle do Hamas e endossa a solução de dois Estados para o conflito na região. A votação ocorreu nesta sexta-feira (12) na sede da ONU, em Nova York, com 142 votos favoráveis, 10 contrários e 12 abstenções.
O texto aprovado determina que o grupo palestino deve abandonar seu controle sobre Gaza.
"No contexto do fim da guerra em Gaza, o Hamas deve cessar de exercer sua autoridade sobre a Faixa de Gaza e entregar suas armas à Autoridade Palestina, com o apoio e a cooperação da comunidade internacional, de acordo com o objetivo de um Estado soberano e independente da Palestina", estabelece o documento.
A resolução endossa a declaração de Nova York, iniciativa diplomática organizada em junho pela França e Arábia Saudita. O texto condena os ataques de 7 de outubro realizados pelo Hamas, que causaram 1.200 mortes e 251 sequestros. Dos 57 reféns ainda mantidos pelo grupo, acredita-se que apenas 20 estejam vivos.
Israel e Estados Unidos estão entre os países que votaram contra a resolução. O representante israelense na ONU, Danny Danon, criticou a decisão. "Isso não é diplomacia, é teatro, uma encenação cuidadosamente encenada para as manchetes, e não paz", declarou.
Reino Unido, Canadá e Austrália anunciaram que reconhecerão oficialmente o Estado da Palestina durante a próxima reunião de alto nível da Assembleia Geral, prevista para este mês.
O documento propõe a implementação de uma "missão temporária de estabilização internacional" sob mandato do Conselho de Segurança da ONU para proteger civis, fortalecer instituições palestinas e oferecer "garantias de segurança à Palestina e a Israel".
Na véspera da votação, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu aprovou um plano de expansão de assentamentos na Cisjordânia, território considerado essencial para um futuro Estado palestino. Durante visita ao assentamento de Maale Adumim, Netanyahu afirmou que "nunca haverá um Estado palestino" e que "Este lugar é nosso", prometendo defender a "herança", "terra" e "segurança" de Israel.
O projeto E1 será construído entre Jerusalém e Maale Adumim, com investimentos estimados em US$ 1 bilhão. A iniciativa estava suspensa desde 2012 devido a objeções internacionais. Atualmente, aproximadamente 700.000 colonos judeus vivem em cerca de 160 assentamentos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, segundo dados da organização israelense Peace Now.
Especialistas indicam que esta expansão pode inviabilizar a criação de um Estado palestino ao dividir a Cisjordânia e isolar Jerusalém Oriental. O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, manifestou apoio à iniciativa, afirmando que ela "enterrará a ideia de um Estado palestino".
A União Europeia, os Estados Unidos e organizações de direitos humanos consideram os assentamentos ilegais segundo o direito internacional. A ONG Peace Now alerta que a contínua expansão destas áreas resultará em "derramamento de sangue contínuo".
No final de agosto, forças israelenses recuperaram um corpo completo e restos mortais de outros dois reféns que estavam em poder do Hamas.
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da Redação