
Ataque cibernético bilionário contra a Caixa é interceptado, megagolpe é frustrado e 8 pessoas são presas
14/09/2025 às 12:57 Ler na área do assinante
A Polícia Federal prendeu oito pessoas acusadas de planejar um ataque cibernético contra a Caixa Econômica Federal na sexta-feira (12). A operação da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (Deleciber) frustrou o que seria um desvio de bilhões de reais do sistema bancário brasileiro, incluindo recursos destinados a programas federais.
O grupo criminoso já havia conseguido desviar aproximadamente R$ 1,2 bilhão em ataques anteriores a dez instituições financeiras do país. O alvo eram as contas de liquidação interbancária mantidas no Banco Central, conhecidas como Contas PI, utilizadas para processar transações do sistema de Pagamento Instantâneo (Pix).
A ação policial ocorreu após a Caixa informar à PF que criminosos obteriam de um gerente de agência no Largo da Concórdia, no Brás, em São Paulo, um computador com credenciais para acesso externo à rede privada virtual do banco.
Os principais suspeitos utilizavam os codinomes SETHH 7, RBS e BA. Em mensagens interceptadas, BA mencionava trabalhar com SETHH 7 e com RBS, a quem chamava de "Rafa", além de um "terceiro ator intitulado de Liderança".
Agentes federais flagraram quando houve "o comparecimento de pessoas para subtração da máquina à agência da Caixa". Fernando Vieira da Silva e Guilherme Marques Peixoto foram vistos deixando o local em um Toyota Corolla Cross vermelho após a "subtração de um notebook por pessoas não identificadas".
Os acusados transferiram o equipamento para ocupantes de um veículo Spin preto, seguido pela PF até uma residência na Rua Braço da Cruz, na Cidade Patriarca, zona leste paulistana. Na abordagem, os policiais detiveram José Elvis dos Santos, Klaiton Leandro Matos de Paulo, Maicon de Souza Ribeiro Rocha, Marcos Vinícius dos Santos, Nicollas Gabriel Pytlak e Rafael Alves Loia.
O notebook foi recuperado ainda ligado. A polícia apreendeu 12 telefones celulares e diversos computadores durante a operação.
As investigações indicam que BA seria responsável pela construção dos protocolos do Arranjo de Pagamento Instantâneo e por introduzir vulnerabilidades nos sistemas. "Rafa" foi identificado como Rafael Alves Loia, enquanto a "Liderança" seria Nicollas Gabriel Pytlak.
Em 30 de junho, o mesmo grupo desviou R$ 800 milhões de oito instituições financeiras, após cooptar um funcionário da C&M, empresa prestadora de serviços de tecnologia para conexão ao sistema Pix. O banco BMP sofreu prejuízo de R$ 479 milhões nesse ataque.
Um segundo ataque mirou a empresa Sinqia, outra prestadora de serviços tecnológicos. Nessa operação, R$ 710 milhões foram desviados, mas o Banco Central bloqueou R$ 583 milhões. Nas mensagens obtidas pela PF, um integrante confessa ter executado o ataque que "viabilizou a realização de operações financeiras de Pix, culminando em prejuízo financeiro estimado de R$ 420 milhões".
O dinheiro desviado em ataques anteriores era convertido em criptoativos e enviado para carteiras digitais no exterior, após distribuição entre milhares de contas. Para o ataque à Caixa, o grupo alugou a casa na Cidade Patriarca especificamente para a operação.
Conforme mensagens interceptadas, no imóvel já "estariam presentes 'doleiros', designados como responsáveis pela destinação dos valores a serem subtraídos". Um dos acusados admite possuir "a senha" que "gira o Pix para as fraudes", permitindo a subtração de recursos.
A PF caracteriza o caso como organização criminosa especializada: "Trata-se de organização criminosa, que tem atuado em subtração de recursos do Arranjo de Pagamento Instantâneo, com acesso indevido a contas PI, mantidas por Instituições Financeiras no Banco Central".
Sobre a gravidade dos ataques, a PF explica: "Vale dizer, diferente de subtração verificada nas contas de varejo, no caso da Conta PI, há patrimônio afetado para despesas específicas, de modo que a subtração nos moldes identificados representa comprometimento para capacidade da instituição financeira, em razão de prejuízo ao Índice de Basileia, ou índice prudencial".
Cinco dos suspeitos - Fernando, José Elvis, Marcus Vinícus, Klaiton Leandro e Maicon Douglas - negaram envolvimento no ataque planejado contra a Caixa. Rafael Loia, apontado como líder, também negou as acusações e afirmou não possuir conhecimentos em informática. Guilherme Peixoto optou por permanecer em silêncio durante o interrogatório.
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