
O voto de Cármen Lúcia... As conveniências dos bastidores do STF. E tome desprezo! (veja o vídeo) - Parte II
15/09/2025 às 14:20 Ler na área do assinante
Luiz Fux, durante o voto do Moraes e um aparte do flávio dino, levantou a voz para pedir respeito ao que fora “combinado numa sala, aqui ao lado”, apontando para a lateral do plenário da 1ª Turma, dirigindo-se ao presidente da sessão, o Cristiano Zanin. Pediu que fosse respeitado que nenhum ministro iria intervir o colega durante o voto.
Neste pequeno colóquio, entre o Fux, o aparteado e o aparteante, entremeado por Zanin, em defesa do aparteado, deu para perceber um desconforto entre eles. Dirigindo a palavra ao ministro Fux, Moraes foi grosseiro - “… mas esse aparte foi dirigido a mim e não a v. excelência”, e o dino foi irônico - “… e o tranquilizo, pois eu não pedirei (aparte) a V. excelência. Pode dormir em paz!”
Isso foi uma amostra do que estaria por vir num roteiro a ser seguido entre alguns pares do julgamento. Fux, já parecia ser tratado como o vilão da falseta em curso.
Mas é chegada a hora da Cármen Lúcia, aquela do “é só dessa vez!” ao se referir à censura imposta ao Brasil Paralelo, com seu voto “só dessa vez!”.
Tenho quase certeza que Cármen não tem noção do arrependimento que os mineiros têm, quando a apoiaram por ter a fachada do prédio que mora, na capital mineira, pichada pela quadrilha formada pelo MST. Àquela altura, se preciso fosse, até limpariam a sujeira. Cármen ainda gozava de um certo orgulho por representar Minas numa instituição tão importante da república.
Hoje, a sensação que tenho, é que vândalos passariam despercebidos pela crítica do cidadão, mais ou menos, como aquele do tipo, vista grossa.
“Censura é proibida constitucionalmente, é proibida eticamente, é proibida moralmente, é proibida, eu diria até espiritualmente. MAS não pode, também, permitir que nós estejamos numa ágora [praça pública] em que haja 213 milhões de pequenos tiranos soberanos. Soberano é o Brasil, soberano é o Direito brasileiro.”
Esta é a frase que ela usou como justificativa no vexaminoso voto do “é só dessa vez!”. E na mesma frase ela consegue dar um cavalo de pau na sua própria declaração. Saiu da razão para a agressão gratuita. Chamou-nos, a todos, de “pequenos tiranos soberanos”, numa generalização que demonstra sua pequenez.
E pensar que em determinado momento, algum dos togados chamou o Tarcísio de Freitas de vassalo… (em tempo: quando a fala é contra a direita é crítica, quando é contra a esquerda é ataque… é só conferir isso na imprensa militante).
Agora, entrando literalmente nos bastidores, eu foco na inicial do voto da ministra. Confesso que antes da sessão começar, me neguei a acompanhar o voto do Moraes, do dino, da própria Cármen e do Zanin, mas estava aguçado de curioso para saber do voto do Luíz Fux. E, no andamento do voto, o espanto foi se encorpando pela clareza e firmeza de seus argumentos da decisão, a ponto de assistir na íntegra, horas a fio. Após seu voto, ainda esperançoso (como um bom brasileiro) de haver um resquício de moralidade no próximo voto, da Cármen, que cheguei a impor-me um pensamento; com que cara ela vai se comportar para não acompanhar o voto do Fux, tal a qualidade do voto dele?
Mas não alimentei a esperança. Fiquei na minha, e não deu outra!
Preferi observar o que margeava o comportamento dos quatro cavaleiros do apocalipse judicial. E a melhor resposta veio do que, claramente, havia acontecido nos bastidores da corte.
No roteiro, me dei ao direito de orbitar com minha imaginação, com algo mais ou menos, como um diálogo de malvadões.
. Moraes - Eu exijo que desqualifiquemos o ministro Fux. Vamos humilhar este traidor!
. Zanin - Mas, Alexandre, está tudo sendo transmitido, ao vivo.
. Moraes - E daí? Nós sabemos fazer o serviço. Cármen e dino, você dois estão escalados na trama, no papel de verdugos da hora. O roteiro já está sobre a mesa, por favor, que cada um faça o seu melhor. Consigo imaginar a Cármen e o dino, após a condenação, passando por trás do Moraes, e dizendo… missão dada, missão cumprida!
Do seu voto, extraí um pequeno trecho com o diálogo encenado para atingir o Fux. Indiretas, ilações e até chacota, nem tão sutil assim, estavam no cardápio do troca-troca entre a Cármen e o dino.
Vou contextualizar alguns pontos, mas sugiro que assistam o trecho extraído ao fim do artigo.
Iniciado a trama, flávio dino pede o aparte a Cármen, e assim vieram as alfinetadas para tentar humilhar e desqualificar o ministro Fux e seu voto.
A ministra responde a dino: “todos (os apartes), ministro! Todos, desde que rápido, (e aí veio um ataque de pelanca feminista dela) porque nós mulheres ficamos dois mil anos caladas, nós queremos o direito de falar. Mas eu concedo, como sempre, está no regimento do supremo, debate faz parte dos julgamentos, tenho o maior gosto de ouvir. Eu sou da prosa.
Nisso, o dino, que citou Gilmar Mendes, alí na plateia, que havia lhe perguntado porque seu voto era tão curto, disse: “uso uma técnica que chama banco de horas; eu faço voto curto para fazer muito aparte.”
Entre risos e piadinhas, Cármen continuou: “Mas com todo gosto, a prosa com v. excelência é sempre um gosto, tenha certeza… Eu escrevi 396 páginas, presidente, mas eu não vou ler, vou ler um resumo, não se preocupe, então…”
O enredo, com inúmeras indiretas, claramente dirigidas para o ministro Fux. Fizeram dos bastidores, a arena de conchavos e o plenário, de palco. Desrespeito Supremo!
Na minha opinião, no linguajar jurídico, restou a confirmação do que se tratava o tal julgamento; encenação, do início ao fim!
Assista:
Alexandre Siqueira
Jornalista independente - Colunista Jornal da Cidade Online - Autor dos livros Perdeu, Mané! e Jornalismo: a um passo do abismo..., da série Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa! Visite:
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