Preso sem provas concretas, ameaçado de ser condenado a 30 anos, o que estamos fazendo com Bolsonaro é, antes de tudo, desumano.
A mensagem é clara: nunca mais teremos um presidente de direita, porque ninguém da direita ousará se candidatar depois de ver Lula solto e Bolsonaro preso.
Isso por si só já diz tudo.
O documento chamado de “minuta do golpe”, assinado por ninguém, muito menos por Bolsonaro, era, na realidade, uma minuta de Estado de Sítio.
O Estado de Sítio é um dispositivo previsto no artigo 137 da Constituição Federal. Pode ser decretado pelo presidente da República, desde que ouça, previamente, o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional.
Não era, portanto, um golpe militar. Trata-se de um mecanismo constitucional, com prazo de 30 dias.
Para entender o estado de espírito de Bolsonaro, é preciso voltar à facada. Todos os médicos disseram que ele só estava vivo por um milagre. Mais um centímetro, e estaria morto.
A Extrema Esquerda não queria que ele fosse presidente de jeito nenhum. Sobrevivendo, Bolsonaro saiu convicto de que Deus o protegia, de que Deus o queria presidente e de que seria reeleito.
Quando Lula foi libertado por uma tecnicalidade jurídica escandalosa, e não por inocência comprovada, Bolsonaro, e o resto do pais, fez pouco caso.
Lembrem se que Lula não foi absolvido. Apenas foi agendado um quarto julgamento em Brasília que nunca ocorreu.
Por isso ninguém imaginava que o povo brasileiro aceitaria eleger um político condenado em três instâncias por corrupção, ainda que uma primeira instância tenha cometido um suposto erro jurídico corrigido nas instâncias seguintes.
No dia da apuração, Bolsonaro esteve à frente durante quase toda a contagem. Convicto de que Deus estava ao seu lado, acreditava ser o verdadeiro vencedor.
De fato, se descontarmos os votos do Bolsa Família , um programa que se tornou também um mecanismo eleitoral , Bolsonaro venceu em todos os estados, inclusive no Nordeste.
Não há dúvida de que, inconformado, tenha discutido com generais sobre a possibilidade de reverter o que considerava um atentado à democracia e ao Estado de Direito.
Mas nenhum general aceitou, e nenhum plano de golpe chegou a ser executado.
Agora, falar em prender Bolsonaro por 30 anos, e ainda cogitar penas semelhantes para seus filhos, como Eduardo, é mais do que preocupante.
Não se trata apenas de um julgamento jurídico. Trata-se de uma mensagem política de intimidação: destruir a Direita no Brasil.
E fica a pergunta inevitável: o que fazer diante dessa situação?
Stephen Kanitz. Consultor de empresas e conferencista brasileiro, mestre em Administração de Empresas da Harvard Business School e bacharel em Contabilidade pela Universidade de São Paulo.
Um novo livro acaba de ser lançado “A Máquina Contra o Homem: Como o sistema tentou destruir um presidente — e despertou uma nação” mostra os segredos por trás da prisão de Bolsonaro, conteúdos inéditos sobre 2022 e traz à tona a esperança para um futuro melhor. O "sistema" treme! Para ter esse documento histórico na palma da sua mão, clique no link abaixo:
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da Redação