O Rubicão foi cruzado com o assassinato de Charlie Kirk

O assassinato de Charlie Kirk é daqueles fatos que nos fazem pensar e repensar acerca de qual caminho estamos trilhando. Como explicar que um homem desarmado em seu corriqueiro debate de ideias levou um tiro sem ter feito absolutamente nada ao seu assassino? A imagem do sangue jorrando do seu corpo é forte, bem como o significado de tal ação.

As reações falam por si. Kirk era um libertário de têmporas conservadoras com uma convicção inabalável em suas ideias e no debate civilizado. O fato dele ter morrido por elas causa uma revolta na direita que dificilmente será aplacada pelo que quer que seja. Não são poucos os que pregam o fim de qualquer diálogo com a esquerda – honestamente, como posso julgar?

Vejam as manchetes absolutamente canalhas de fatia relevante da grande mídia brasileira. É digno manter qualquer espécie de conversa com quem é capaz de chamar Kirk de ‘’extremista’’ ou ‘’influenciador de extrema direita’’ – o G1 mudou o título após a repercussão negativa, mas o print é eterno, como dizem – ao noticiar o atentado brutal sofrido por ele? A desumanização do adversário é modus operandi típico do movimento revolucionário: os inimigos da revolução não têm direito a nada, sequer a existir. Tal retórica abjeta tem como objetivo a justificação da violência contra todos os elementos que estão no espectro político contrário, ou vocês acham que chamar Charlie Kirk, Ben Shapiro e Paul Joseph Watson de nazistas, fascistas e supremacistas brancos é motivada por qual escopo, senão a aniquilação desses e outros símbolos da opinião conservadora?

Não foram poucas as postagens que apontaram a defesa da Segunda Emenda e possíveis comentários de teor racista e machista de Kirk para justificar o seu assassinato covarde. O segundo caso é uma mentira fabricada justamente com essa intenção. Políticos do Partido Democrata lamentaram o caso, Barack Obama até falou em não saber do que se tratava – sendo imediatamente respondido por várias pessoas recordando a sua retórica divisória, odiosa e vitimista como parte do caminho trilhado ao fatídico atentado. Além disso, ele teve a pachorra de culpar Donald Trump pela violência política observada na política americana. É um cínico de marca maior, uma fraude intelectual, um ideal falso de quinta categoria.

Uma pequena digressão: o mentor político de Obama é Saul Alinsky, que tem no seu livro mais conhecido, ‘’Regras para Radicais’’, uma dedicatória a Lúcifer por ele se tratar do ‘’primeiro revolucionário da história’’ [sic]. Isso é uma pequena amostra para sabermos com quem estamos lidando, e não pensem que Nancy Pelosi, Chuck Schumer, Ocasio-Cortez e tutti quanti pensam diferente.

O resultado disso? Uma geração de deformados de mente e caráter, que perdem no debate e recorrem ao uso da força. Os frutos podres da contracultura dos anos 1960 não foram devidamente colocados em seus lugares e continuam contaminando a juventude. Depois de ouvir a grande mídia classificar o Turning Point USA como organização de extrema direita, o assassino de Kirk não pensou duas vezes em acabar com a sua vida. Essa responsabilidade é sim – vamos dizer em alto e bom som – de políticos de esquerda, jornalistas do mainstream e falsos intelectuais que pregam uma retórica desumanizante do adversário.

Pois bem, chegamos a um ponto em que será impossível retornar ao anterior estado de coisas. As reações de diversos setores da sociedade mostram isso.

A direita parece estar finalmente convencida de que não há diálogo com a esquerda. Infelizmente, ela teve de assistir alijada ao assassinato de várias das suas lideranças políticas para chegar a uma obviedade patente. Como representante do movimento revolucionário por excelência, a esquerda tem um plano de mutação integral da sociedade mediante a concentração do poder em suas mãos para a implementação do paraíso terrestre. Portadora de tal futuro idealizado, ela não tem o menor compromisso com as normas, condutas e regras morais da sociedade atual, importando apenas a marcha da revolução. Os genocídios cometidos pelo comunismo no século XX exemplificam de forma exemplar tal quadro: se você não comunga da cartilha esquerda, o paredão te espera – como disse Bertolt Brecht em referência aos desafortunados dos processos de Moscou, quanto mais eram inocentes, mais mereciam morrer.

Além disso, as demissões de seus respectivos empregos dos que comemoraram o assassinato de Kirk – nunca é demais reafirmar que tal atitude é o suprassumo da podridão humana – mostram que finalmente os verdadeiros extremistas serão tratados como tal. Os casos do neurocirurgião que foi demitido de um dos seus empregos, e de Eduardo Bueno, que foi desligado do Conselho Editorial do Senado, são simbólicos. O último, aliás, teve a vileza de dizer que os filhos de Charlie crescerão melhores sem o pai. Xingar um desprezível desse é pouco – seu caso é psiquiátrico e penal, pois quem fala o que falou não pode circular livremente por aí. Aos poucos, a sociedade está compreendendo o perigo da mentalidade revolucionária incutida nos fanáticos de extrema esquerda.

Eu continuo bastante revoltado com esse acontecimento. A bala que tirou a vida de Charlie Kirk não tinha como alvo apenas o seu pescoço, mas a sua visão conservadora do mundo. Ainda que infinitamente menos relevante e com público ainda mais modesto, vejo-me nele por fazer o que faço: defender os meus valores de forma incisiva por meio do debate de ideias. Não só o humilde autor destas linhas. Muita gente foi tomada pelo luto pela mesmíssima razão.

Não sei o que vem no futuro. Mas a sensação é de presenciar o nascimento de uma nova ordem das coisas, pois nada será como antes. Esse assassinato fará o mundo cruzar o Rubicão – para o bem e para o mal.