
Novo escândalo na "farra do INSS": Como um simples secretário que recebia auxílio emergencial virou “dono” de aviões
20/09/2025 às 10:31 Ler na área do assinante
Um caso inusitado chamou a atenção de investigadores e colocou a Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer) novamente no centro de um escândalo. O secretário Silas da Costa Vaz, de 42 anos, que durante a pandemia recebeu auxílio emergencial destinado a famílias de baixa renda, hoje aparece como proprietário de aeronaves avaliadas em mais de R$ 3 milhões. A confederação está entre as entidades investigadas por supostos descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS.
Apesar do patrimônio registrado em seu nome, Silas mora com a família em uma residência simples no Recanto das Emas, no Distrito Federal, localidade marcada por baixa renda per capita. A aparente discrepância reforça a suspeita de que ele possa atuar como laranja em operações financeiras da entidade. Questionado pela reportagem, o secretário afirmou que nunca adquiriu aviões e não soube explicar por que sua assinatura aparece nos contratos de compra e venda.
De acordo com documentos obtidos, Silas teria se tornado dono de pelo menos dois aviões, adquiridos diretamente de Vinícius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT), uma ONG ligada à Conafer que recebe recursos de emendas parlamentares. Um deles, um Beech Aircraft modelo 58P, prefixo PT-OOV, foi transferido em junho por R$ 2,5 milhões. O curioso é que a mesma aeronave havia sido comprada apenas cinco meses antes por R$ 1 milhão, o que indica uma valorização fora do padrão do mercado.
Outro caso envolve um Cessna Aircraft modelo 172RG, prefixo PR-ATM, que inicialmente pertencia ao deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG). O parlamentar, antes de negociar a venda com Vinícius Ramos, destinou R$ 2,5 milhões em emendas ao ITT. Posteriormente, o avião foi repassado a Silas por R$ 700 mil e, pouco depois, revendido a um piloto. Essa operação já havia sido revelada por O Estado de S. Paulo e confirmada por outras fontes jornalísticas.
Silas, que recebeu 16 parcelas do auxílio emergencial somando R$ 4.050, sustenta que desconhece como os aviões passaram a constar em seu nome.
“Eu não me lembro [de ter assinado qualquer documento]. Toda hora eu assino documentos”, declarou, afirmando ainda que pretende acionar advogados para esclarecer se houve uso indevido de sua identidade.
A Conafer, em resposta, disse que o ITT não pertence formalmente à confederação, mas faz parte de seu quadro de associados, e que não pode ser responsável por bens não registrados em seu CNPJ. Já o deputado Euclydes Pettersen minimizou a transação, alegando que o avião era um monomotor avaliado em R$ 200 mil, do qual possuía apenas metade.
As suspeitas de irregularidades não param por aí. Documentos apontam que parte das emendas enviadas por Pettersen ao ITT foi utilizada em licitações supostamente fraudulentas. A ONG teria contratado a Agropecuária PKST LTDA, empresa ligada a assessores e familiares de dirigentes da Conafer, em processos de concorrência considerados artificiais. Em algumas dessas licitações, empresas pertencentes a pessoas próximas ao presidente da confederação, Carlos Roberto Ferreira Lopes, foram apresentadas como concorrentes “de fachada”.
A Polícia Federal, no âmbito da Operação Sem Desconto, já havia cumprido mandados de busca contra integrantes ligados a essas empresas. Relatórios da corporação indicam movimentações financeiras suspeitas entre a Conafer, o casal Cícero Marcelino e Ingrid Pikinskeni — responsáveis pela Agropecuária PKST — e diversas empresas do mesmo núcleo, levantando indícios de lavagem de dinheiro.
As denúncias colocaram a Conafer sob os holofotes da CPMI do INSS, que apura desvios milionários em descontos de aposentados e pensionistas. Estimativas da CGU indicam que a confederação teria movimentado cerca de R$ 688 milhões desde 2019, valor que será alvo de novas quebras de sigilo e convocações de dirigentes.
Em nota, a Conafer negou ser uma das principais associações envolvidas, afirmando que a Advocacia-Geral da União já retirou a entidade de uma ação cautelar. A confederação reforçou ainda que possui milhares de CNPJs associados e milhões de CPFs em sua base, negando que todos os recursos arrecadados tenham origem ilícita.
As informações são do portal Metrópoles.
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