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O contra-ataque de Eduardo Cunha

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Eduardo Cunha está numa feroz guerra contra o PT. Este ganhou uma batalha e está usando todo o seu arsenal de relacionamento para amplificar a derrota de Cunha e tentar derrubá-lo da presidência da Câmara dos Deputados. Mas nessa guerra ele é colega da Presidente. Vai lutar com "unhas e dentes" para permanecer e não vai renunciar.

É ilusória e ingênua a expectativa dos petistas, em sucessivas entrevistas em aberto e também "off the record" que enfraquecido ele vá renunciar.

Ele já começou o contra-ataque e além do rompimento, o que só acirra a guerra, ele colocou Ricardo Lewandowski em saia justa. Se ele decidir tecnicamente, suspenderá o processo em Curitiba e o levará para Brasília. Se for decidir politicamente, a sua decisão será mais difícil. Deixar a processo a cargo do Juiz Sérgio Moro

significa expor mais Eduardo Cunha, atendendo ao que interessa ao PT. Mas isso abre precedente para o juiz envolver outros políticos, inclusive do PT. Ele tem extrapolado de sua atribuições, mas com o apoio de instâncias superiores da opinião publicada que quer a condenação dos envolvidos, independentemente das filigranas juridicas.

Se o processo subir para Brasília, a situação de Eduardo Cunha não se altera muito. O Procurador da República pedirá ao STF para investigar Cunha e, especificamente, o recebimento por ele dos supostos  US$ 5 milhões que ele teria cobrado de Julio Camargo.

Se Julio Camargo

fez alguma operação direta ou indiretamente para alguma conta identificada como de Eduardo Cunha, estará comprovado pagamento e Cunha não se livrará de uma denuncia do MPF junto ao STF.

Mas de tudo o que emergiu até agora foram transferências feitas a favor de Fernando Baiano. Esse se recusa a dar informações e a aceitar a delação premiada. Não pretende entregar Cunha. Ele é a única testemunha ocular e auditiva da denúncia de Camargo que Cunha contesta. Sem o depoimento dele é a palavra de um delator contra a do Presidente da Câmara. Sem a confirmação ou não da testemunha, juridicamente a prova é fraca, sem comprovação material.

A PF ou MP terão que se esforçar para rastrear e identificar alguma transferência de Fernando Baiano a favor de alguma conta de Eduardo Cunha.

Se não conseguir identificar, a denúncia de Camargo não servirá como prova objetiva e poderá cair no vazio. Será uma vitória de Cunha.

Enquanto não se acha a prova, Eduardo Cunha segue com a versão da perseguição política do PT e mantém intacta a sua liderança dentro da Câmara dos Deputados, em que pese a campanha do PT e da midia, que querem defenestrá-lo.

No momento ele carrega uma derrota, mas pode virar o jogo, para indignação e frustração da opinião publicada.

Jorge Hori

http://iejorgehori.blogspot.com.br/

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