URGENTE: Executivo que já foi preso em operação da PF contra fraudes assume a gerência de operações da PortosRio
20/09/2025 às 16:21 Ler na área do assinante
Marlon Ramos Figueiredo assumiu a gerência de operações da PortosRio nesta sexta-feira (20). O executivo foi preso em 2019 durante investigações da Polícia Federal quando ocupava o cargo de superintendente da Guarda Portuária de Santos. A nomeação foi oficializada por portaria assinada pelo diretor-presidente da PortosRio, Flávio Vieira.
Figueiredo substitui Dylmar Netto na posição estratégica da administração portuária fluminense. O atual diretor-presidente da PortosRio, Vieira, mantém ligações políticas com o ex-prefeito de Belford Roxo (RJ), conhecido como Waguinho.
A prisão do novo gerente aconteceu durante a segunda fase da Operação Tritão, denominada Círculo Vicioso. As investigações federais apuravam possíveis irregularidades em processos licitatórios na Companhia Docas do Estado de São Paulo. Os contratos sob investigação somavam R$ 100 milhões na administração do Porto de Santos, incluindo um de segurança do porto e outro de fiscalização por drone, que apresentavam indícios de fraude.
Na operação, foram presas 19 pessoas suspeitas de envolvimento em práticas de corrupção na estatal responsável pela administração do porto santista. Entre os detidos estavam o ex-parlamentar federal Marcelo Squassoni (PRB), apontado como principal articulador do esquema, além de ex-diretores, funcionários públicos e empresários. Segundo o Ministério Público Federal, Squassoni teria recebido R$ 1,6 milhão em propina.
O delegado regional de investigação e combate ao crime organizado da PF, Marcelo Ivo de Carvalho, afirmou na época que mesmo após a deflagração da primeira fase da operação, os atos ilícitos continuavam. Conforme o Procurador da República Thiago Lacerda Nóbrega, "há indicativa de há mais de uma década existe corrupção na Codesp. É impressionante que na Codesp, cada vez que você migra para um contrato, há vários indícios de corrupção sendo abertos."
Diferentemente de outros nomeados pela atual gestão da PortosRio, Figueiredo possui experiência no setor portuário. Levantamentos anteriores indicaram que cinco indicações para superintendências feitas por Vieira não atendiam aos requisitos legais estabelecidos para o preenchimento desses cargos de gestão.
A primeira fase da Operação Tritão havia sido deflagrada em outubro de 2018, quando foram presos o então presidente, dois diretores e um servidor da Codesp, além de três empresários, por suspeita de corrupção, fraude em licitações e peculato. Na segunda fase, os mandados de prisão temporária foram cumpridos em diversas cidades, incluindo Santos, Guarujá, Ilhabela, Bragança Paulista, Serra Negra, Duque de Caxias (RJ) e Fortaleza (CE).
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