PF apura esquema de propina com saques de R$ 14 milhões em banco dentro de Assembleia Legislativa
21/09/2025 às 11:16 Ler na área do assinanteA Polícia Federal (PF) apura um esquema de corrupção que envolve saques de R$ 14 milhões realizados em uma agência bancária localizada dentro da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa). A investigação, iniciada em setembro de 2025, indica que os valores eram destinados a servidores do Legislativo paraense como parte de um esquema de propinas.
O caso integra a operação Expertise, que busca desarticular uma organização criminosa especializada em crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro no estado. O grupo atuava através de contratações fraudulentas com órgãos estaduais e municipais, incluindo a Alepa, o Departamento de Trânsito (Detran) e a Polícia Científica (Pol Cient).
"Conforme se extrai, os corruptores provisionam o saque de valores em agência de instituição financeira localizada nas acomodações da sede da Assembleia Legislativa Estadual. Logo após o saque, os valores são entregues a servidores públicos corruptos vinculados à Casa Legislativa, em suas próprias dependências", diz documento da PF.
Os investigadores apontam que a Assembleia Legislativa recebia o que caracterizam como "a maior fatia do bolo da propina" do grupo empresarial investigado. A escolha da agência bancária dentro da própria Alepa seria estratégica para facilitar as operações ilícitas.
"Tal suspeita é ratificada pela informação constante em IPJ 103/2025 no sentido de que, somente nos três meses de funcionamento da agência Sicoob nas dependências da Assembleia Legislativa do Estado do Pará, foram aí sacados (e provavelmente pagos a título de propina) o estratosférico montante de R$ 14.000.000,00 (quatorze milhões de reais)", afirma o documento.
A PF indica que realizar os saques dentro do Legislativo paraense evitava possíveis "intempéries" durante o transporte do dinheiro.
"Utilizam os membros da Organização criminosa da proteção/blindagem das dependências do Poder Legislativo Estadual para a prática desprezível de seus crimes", declara o relatório da corporação.
Em um contexto mais amplo, a investigação também aponta saques que somam R$ 101 milhões em espécie, feitos por pessoas ligadas às empresas sob suspeita. Segundo dados do Conselho de Controle de Atividade Financeiras (Coaf), a empresa Líder Engenharia, contratada por diversos órgãos públicos paraenses, movimentou R$ 198,3 milhões entre 2018 e 2025.
Do montante movimentado pela Líder, cerca de R$ 101,7 milhões foram sacados em espécie, principalmente por dois investigados: Jacélio Faria da Igreja (Jac), sócio da Líder, e Alberto Furtado Pinheiro, sócio das empresas Brasil Brasil e Fortes Comércio (Fortes Com). Ambos tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça.
Durante as investigações, agentes federais monitoraram supostas entregas de dinheiro e flagraram momentos em que os empresários estariam sacando recursos para repassar a terceiros. O esquema, de acordo com a PF, iniciava com o estabelecimento de contratos milionários fraudulentos entre as empresas investigadas e órgãos do governo do Pará.
A decisão judicial que autorizou as ações da PF mostra que os processos licitatórios eram autorizados por funcionários em posições estratégicas nos órgãos públicos. "Há também a transferência direta entre contas vinculadas a empresas investigadas e autoridades públicas", diz o documento judicial.
A PF aponta que após a conclusão dos processos licitatórios direcionados, eram realizados pagamentos às empresas participantes, mesmo quando o objeto do contrato não era executado. Em seguida, ocorriam os saques em espécie das contas vinculadas às empresas investigadas ou de pessoas associadas a elas.
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da Redação