A manifestação divulgada pelo Supremo Tribunal Federal nesta segunda-feira (22), em solidariedade à advogada Viviane Barci, esposa do ministro Alexandre de Moraes, gerou mal-estar entre integrantes da própria Corte. Ministros ouvidos pela Revista Oeste relataram incômodo por não terem sido consultados antes da publicação do texto, que foi apresentado como uma posição institucional do tribunal.

Nos bastidores, alguns magistrados avaliaram que a declaração individual de Moraes já seria suficiente diante do episódio. Um ministro chegou a afirmar, em caráter reservado, que a nota poderia ter adotado um tom mais contido, evitando a impressão de ser uma reação excessivamente emocional. Outro colega classificou o comunicado como passível de interpretação política, o que também gerou críticas internas.

A controvérsia ocorreu poucas horas após o governo dos Estados Unidos anunciar sanções contra Viviane Barci de Moraes, com base na Lei Magnitsky. A decisão, divulgada pelo Departamento do Tesouro, incluiu ainda a empresa Lex — Institutos de Estudos Jurídicos, da qual Viviane e os filhos do ministro são sócios.

Em nota oficial, Washington justificou a medida afirmando:

“Alexandre de Moraes é responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias e processos politizados — inclusive contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A ação de hoje deixa claro que o Tesouro continuará a perseguir indivíduos que fornecem apoio material a Moraes enquanto ele viola os direitos humanos.”

As sanções têm efeitos práticos imediatos: os atingidos ficam impedidos de abrir contas bancárias em instituições financeiras dos EUA e perdem acesso a cartões de crédito emitidos pelas grandes bandeiras internacionais que operam no país.

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