
O “Careca do Alcolumbre” entra definitivamente na mira da CPMI do INSS
23/09/2025 às 18:38 Ler na área do assinante
O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) apresentou nesta terça-feira (23) à CPI do INSS um requerimento para quebra de sigilo bancário e fiscal de Paulo Augusto de Araújo Boudens, ex-chefe de gabinete e homem de confiança do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). O pedido busca investigar transações financeiras que somam 3 milhões de reais recebidos por Boudens da empresa Arpar Administração, Participação e Empreendimentos.
O documento solicita acesso completo às contas de Boudens, incluindo depósitos, poupanças e investimentos em instituições financeiras. O requerimento também pede um dossiê com declarações de Imposto de Renda e todos os rendimentos recebidos como pessoa física e jurídica.
A investigação ganhou impulso após a revelação de que as transferências para Boudens ocorreram entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024. No mesmo período, a Arpar recebeu 49 milhões de reais de Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", suspeito de operar esquema fraudulento contra aposentados e pensionistas.
O pedido de Jordy representa um avanço nas apurações sobre o ex-assessor de Alcolumbre. No dia anterior, o deputado Zé Trovão (PL-SC) protocolou requerimento para convocar Boudens a depor na comissão. A votação de ambos os pedidos deve ocorrer nos próximos dias.
Em sessão realizada na segunda-feira, o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) questionou Milton Salvador, ex-administrador financeiro das empresas de Antunes, sobre as operações envolvendo Boudens. Salvador negou conhecer tais transações, mas confirmou ter realizado transferências de 50 milhões de reais para a Arpar.
"Diante desse cenário, impõe-se a adoção da medida excepcional de quebra dos sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de Paulo Augusto de Araújo Boudens, a fim de possibilitar a CPMI mapear com precisão o fluxo dos valores repassados pela Arpar sem justa causa", afirma o texto do requerimento.
O período contemplado pelo pedido de quebra de sigilo abrange de maio de 2023 a junho de 2025, seguindo os mesmos parâmetros já definidos para o pedido referente a Antonio Carlos Camilo Antunes. Este intervalo compreende desde três meses antes das primeiras notícias sobre operações atípicas até três meses após a deflagração da Operação Sem Desconto, que investiga as fraudes no INSS.
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