
Saiba quem são os 25 alvos da operação contra os postos de combustível ligados ao PCC
25/09/2025 às 18:37 Ler na área do assinante
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) deflagrou a Operação Spare contra uma rede de postos de combustível, motéis e outros estabelecimentos utilizados para lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação ocorreu nesta quinta-feira (25) com o cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão em seis cidades paulistas: São Paulo, Santo André, Barueri, Bertioga, Campos do Jordão e Osasco.
Flávio Silvério Siqueira figura entre os principais investigados, sendo apontado como coordenador central do esquema que envolve venda de combustíveis adulterados, exploração de jogos de azar e utilização de uma fintech para ocultar a origem ilícita dos recursos.
A Receita Federal identificou 267 postos de combustível ativos que movimentaram mais de R$ 4,5 bilhões no período de 2020 a 2024. Esses estabelecimentos recolheram apenas R$ 4,5 milhões em tributos federais, o que representa 0,1% do total movimentado, índice muito inferior à média do setor.
Administradoras de postos vinculadas ao esquema movimentaram R$ 540 milhões no mesmo intervalo de tempo. As autoridades identificaram 21 CNPJs ligados a 98 estabelecimentos de uma mesma franquia, todos em nome de pessoas investigadas na operação. Essas empresas movimentaram aproximadamente R$ 1 bilhão, mas emitiram apenas R$ 550 milhões em notas fiscais.
Sharon Nogueira Siqueira, esposa de Flávio, também está entre os alvos da operação. As investigações apontam que parentes dela teriam contas bancárias usadas para movimentação de valores ilícitos. Eduardo Silvério, filho de Flávio, e Stefania Cusumano Pereira, esposa de Wilson Pereira Júnior, atual proprietário de postos envolvidos no esquema, também são investigados.
Maurício Soares de Oliveira, proprietário de uma rede de franquias da Boticário, teria sido utilizado por Flávio como "laranja" para simular transações bancárias e justificar aumento patrimonial. O Coaf identificou que 100% dos recursos de Oliveira são provenientes de depósitos em espécie.
A BK Bank, fintech utilizada no esquema, tinha como administradores João Martinho do Carmo Crespim e sua esposa Tatiana Aparecida Crispim, ambos apontados como laranjas. Camila Cristina de Moura Silva exercia função de confiança na instituição, enquanto Danilo Augusto Tonin Elena é o atual responsável. Mário Luiz Gabriel Gardin é indicado como criador da fintech.
As investigações identificaram mais de 60 motéis como parte do esquema, a maioria em nome de laranjas. Esses estabelecimentos movimentaram R$ 450 milhões entre 2020 e 2024 e distribuíram R$ 45 milhões em lucros e dividendos. Um dos motéis chegou a distribuir 64% da receita bruta declarada.
Restaurantes localizados nos motéis, com CNPJs próprios, também faziam parte do esquema. Um desses estabelecimentos distribuiu R$ 1,7 milhão em lucros após registrar receita de R$ 6,8 milhões entre 2022 e 2023. As investigações revelaram ainda aquisições imobiliárias suspeitas, como um CNPJ que comprou um imóvel de R$ 1,8 milhão em 2021 e outro que adquiriu uma propriedade de R$ 5 milhões em 2023.
Gilberto Lauriano Júnior, contador do esquema, possuía procuração na Receita Federal de 941 empresas, das quais 200 são do ramo de postos de gasolina. Caio Henrique Hyppolito Galvani, administrador da BK Bank, demonstrava relevante capacidade financeira, indicando sua possível atuação como operador importante na organização criminosa.
O esquema também utilizava Sociedades em Conta de Participação (SCPs) para construção de empreendimentos imobiliários, principalmente prédios residenciais em Santos, durante a década de 2010. Com base em uma sócia ostensiva comum, estima-se que pelo menos 14 empreendimentos movimentaram R$ 260 milhões entre 2020 e 2024.
Outros alvos da operação incluem Valdir de Souza Vicente, Rodrigo Cavarzere dos Santos, Wagner dos Santos, Reinaldo Bezerra, Catarina Corregliano Bezerra, Alex Batista, João Muniz Leite, Marcelo Dias de Moraes e Adriana Siqueira de Oliveira. Leonardo Silvério, Suelen Ramos Santos, Felipe Teles de Oliveira Souza, Lucas Rodrigues Pegoraro e Rosangela Ferreira de Aquino também são investigados.
A BK Bank é a mesma instituição financeira que apareceu na Operação Carbono Oculto, que investigou esquemas fraudulentos no setor de combustíveis com participação de integrantes do PCC. A fintech servia como instrumento para ocultar a origem ilícita dos recursos e dificultar o rastreamento do dinheiro obtido através de atividades criminosas.
O caso teve início a partir da apreensão de máquinas de cartão em casas de jogos clandestinos em Santos. Essas máquinas estavam vinculadas a postos de combustíveis, e a análise das movimentações financeiras mostrou que os valores eram transferidos para a fintech, criando um caminho complexo para o dinheiro ilícito.
A operação conta com a participação conjunta da Receita Federal, Secretaria da Fazenda, Procuradoria-Geral do Estado de São Paulo e Polícia Militar. As investigações prosseguem para determinar a extensão completa da rede de negócios controlada pelo PCC, que abrange diversos setores econômicos em várias cidades paulistas.
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